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A Ouro Fino, empresa de água mineral de Campo Largo, está sob novo comando. Guto Mocellin Neto, membro da terceira geração da família que controla a empresa desde 1946, deixou o cargo de diretor para ficar apenas à frente do Conselho de Administração. Quem passa a gerenciar o dia a dia da Ouro Fino, no cargo de diretor superintendente, é o contador Hélio Luiz Corrêa, executivo que trabalhou por dez anos na Coca-Cola, chegando a ocupar a direção administrativa e financeira da Leão Júnior, em Curitiba.

A mudança gera especulação de que a empresa esteja se preparando para ser vendida. Em 2005, a Leão Júnior, dona das marcas Matte Leão, realizou movimento similar antes de ser adquirida pela Coca-Cola. Com o argumento da necessidade de profissionalizar a gestão, a fabricante de chás trouxe da Coca o executivo Renato Barcellos Guimarães. Dois anos depois, a Matte Leão foi comprada pela gigante mundial da indústria de bebidas.

Corrêa não desmente que uma venda esteja nos planos da empresa. "Não fui contratado para vender a empresa. Fui contratado para profissionalizar a gestão", disse ele, acrescentando em seguida: "No futuro, nada impede que a família avalie essa possibilidade [de venda]. Se daqui a alguns anos a família entender que vender é uma boa opção, a gente vai sentar e avaliar. Acredito que a empresa tem muito a ser explorada antes de chegar a esse ponto. Até para a família [Mocellin, dona do grupo] ter uma mais valia na venda, há uma estrada a ser percorrida ainda", afirmou.

Corrêa e os Mocellin se conheceram em maio deste ano, por meio de uma empresa de headhunters, e sua ida para a Ouro Fino foi selada em agosto. Ele assumiu o cargo no início deste mês. Para o executivo, a marca tem espaço para crescer no mercado de outros estados e também deve avaliar a possibilidade de lançar novos produtos. No fim do ano passado, após investimento de R$ 1,2 milhão, a empresa lançou três sabores de bebidas levemente gaseificadas.

Mercado

O foco da Ouro Fino hoje é o mercado do Paraná e de Santa Catarina, e, em menor grau, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. "Mas já estamos inclusive vendendo para Fortaleza e Belém", diz Corrêa. "Se chegamos até lá, podemos explorar melhor essa região", afirma. A maior dificuldade para a expansão é o custo do frete.

Por ser considerado produto de baixo valor agregado, o custo para transportar a mercadoria a uma distância superior a 500 quilômetros torna a margem de lucro da venda quase inviável. A solução, segundo o executivo, é criar um diferencial. "Para nós, o diferencial no mercado é a qualidade da água, a embalagem e a própria marca. Muitos consumidores estão buscando uma fidelização à marca e estão dispostos a pagar um pouco mais se acreditarem que esse produto faz parte do dia a dia dele."

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