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Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais determinou ontem a interdição de novos lotes de leite das marcas Parmalat, Calu e Centenário, produzidos nos estados de São Paulo, Goiás e Minas. A decisão cautelar foi tomada depois da liberação dos resultados das 19 amostras analisadas pelo laboratório oficial do estado. O laudo confirmou a presença de substâncias fora dos parâmetros de quantidade aceitos pelos órgãos de fiscalização, como o porcentual de sódio, a alcalinidade das cinzas e a sacarose.

Devido à medida preventiva, a comercialização e o consumo dos produtos interditados estão proibidos por 90 dias ou até que as empresas solicitem uma contraprova, em um prazo máximo de dez dias após notificação. A Parmalat não informou se os lotes em questão eram comercializados no Paraná.

Em nota, a empresa disse que requereu "isonomia de tratamento" à Agência Estadual de Vigilância Sanitária de Minas Gerais. A iniciativa, segundo a Parmalat, visa a garantir a imediata suspensão da notificação que determinou a apreensão dos lotes até que a fabricante tenha acesso aos resultados das análises e apresente sua contraprova. A nota diz ainda que a companhia solicitou que os mesmos testes sejam aplicados a toda a cadeia produtiva do leite, inclusive aos demais produtos derivados.

Paraná

Por enquanto, o leite comercializado no estado está fora da série de denúncias de adulteração e irregularidades no produto. A primeira delas veio da Polícia Federal que, no fim de outubro, prendeu 27 pessoas, de duas cooperativas de Minas Gerais, acusadas de misturar água oxigenada e soda cáustica ao leite. Na quarta-feira, o Ministério da Justiça informou que vai investigar seis empresas que estariam fabricando leite com valor nutricional diferente do informado nos rótulos. As irregularidades foram encontradas em amostras coletadas em Goiás, Tocantins, Paraíba e Santa Catarina.

Embora o produto vendido no Paraná não esteja sob suspeita, alguns consumidores estão trocando o leite longa-vida pelo pasteurizado. Segundo os varejistas, no entanto, o reflexo nas vendas do produto é muito pequeno. O superintendente da Associação Paranaense dos Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, diz que o setor sentiu uma "leve mudança" no comportamento do consumidor, já que as denúncias não afetaram diretamente o estado. "Além disso, elas surgiram depois de uma queda no preço do leite. O que, naturalmente, tinha feito o consumo aumentar." Segundo o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o preço do leite longa vida caiu 14,6% em outubro.

A queda, no entanto, não deve ter relação com as denúncias, e sim com o excesso de produto no mercado. "Ela já vinha sendo observada antes da crise", lembra a engenheira agrônoma da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Maria Silvia Digiovani, assessora do Conselho de Produtores e Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite). Os preços estavam muito elevados no mercado e, por isso, os produtores investiram no tratamento do rebanho para aumentar a produção. "Com tanta oferta, o preço caiu."

A assessora diz que a entidade ainda não tem um levantamento das vendas depois da crise, o que deve ocorrer na próxima semana, na reunião do Conselho. O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite (Sindileite), Wilson Theisen, acredita que, nesse primeiro momento, possa ter ocorrido uma retração no consumo do produto, ou uma migração para o leite pausterizado. Porém, no médio prazo a situação pode ser benéfica para a indústria paranaense. "O leite do Paraná tem qualidade reconhecida nacionalmente. É possível que a gente ganhe mercado em outros estados."

Por via das dúvidas, a estudante Mariana Bordini, que tem uma filha, já havia começado a usar há alguns meses o leite de saquinho – que toma o cuidado de ferver antes de consumir. "Agora praticamente cortamos o longa-vida", conta. Para a pedagoga Odilce Winkert, no entanto, a saída foi trocar a marca do leite longa-vida. "Mudei para a Tirol, que não foi citada nas denúncias e o leite tem a mesma densidade do da Parmalat", diz.

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