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Rendimento

Os dados divulgados ontem pelo IBGE mostram que o rendimento cresceu mais entre os trabalhadores informais – 51,8% de 2004 a 2013. Para os trabalhadores formais, a alta foi de 26,7%. A distância entre os rendimentos das duas parcelas, porém, é muito grande ainda: em média, os trabalhadores formais ganhavam R$ 1.921, contra R$ 720 dos não legalizados.

O mercado de trabalho brasileiro viveu uma mudança estrutural de 2004 a 2013, com um expressivo aumento dos chamados inativos, pessoas que não trabalham nem procuram emprego. Esse contingente cresceu 30,6% e atingiu 51,1 milhões de pessoas em todo o país –um terço das pessoas com idade para estarem ocupadas (16 anos ou mais). Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais, estudo divulgado ontem pelo IBGE.

Dentre as razões, dizem especialistas, estão o crescimento da renda familiar (de 43% no período), que permitiu que jovens postergassem a entrada no mercado de trabalho para estudar. Outras hipóteses são o baixo crescimento nos anos mais recentes, que leva ao desestímulo frente às dificuldades de se encontrar um emprego.

Expansão

O crescimento dos inativos superou todos os demais contingentes. Sua expansão foi mais acelerada do que a alta de 13,6% da PEA (Pessoas Economicamente Ativas, que agrega quem procura trabalho ou está ocupado). Superou, ainda, o aumento de 18,7% do total de pessoas em idade para trabalhar (16 anos e mais) e de 13,6% do total de pessoas ocupadas.

Para Felipe Leroy, professor de economia do Ibmec, um fator determinante é o efeito da queda da fecundidade sobre o rendimento per capita, principalmente nos últimos 20 anos. Com menos filhos, as famílias tiveram mais renda disponível.

Outro ponto importante, diz, é que o mercado de trabalho se fechou ainda mais para os jovens nos últimos anos, passando a exigir mão de obra mais qualificada. Essa nova tendência, afirma, não foi acompanhada por uma alteração da grade curricular do ensino médio.

Pelos dados do IBGE, 22% das pessoas fora do mercado de trabalho eram jovens de 16 a 24 anos e 40% deles não frequentavam a escola.

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