O barato que sai caro

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De acordo com a Fundação Getulio Vargas, a economia informal representa mais de 17% do PIB brasileiro. Muitos dirão que isso é reflexo da excessiva carga tributária que temos, mas o que será que vem primeiro: "o ovo ou a galinha?" Será que os brasileiros sonegam impostos porque a carga tributária é muito pesada ou temos impostos abusivos para compensar a sonegação de impostos?

Quem sonega impostos, muitas vezes, não tem ideia de que o barato de hoje, logo ali na frente, sairá extremamente caro – para ele, para a sociedade e para o mercado. A economia informal gera redução na receita do Estado, impactando na qualidade e quantidade de serviços e bens públicos postos à disposição da sociedade. Isso impacta diretamente no crescimento econômico, visto que a infraestrutura pública é elemento-cchave para tal.

Porque é que as empresas pagam tão caro para crescer no Brasil? Dentre vários motivos, os juros e a burocracia bancária acabam sendo extremamente elevados, pois o risco dos bancos é majorado com a falta de transparência das empresas, que ao invés de utilizar uma única contabilidade, acabam lançando mão dos famosos três livros, fiscal, gerencial e bancário.

O barato sai ainda mais caro, quando o empreendedor, que por anos escondeu o "caixa dois" e se esquivou de registrar seus funcionários, resolve vender seu negócio para um concorrente estratégico ou busca recursos em um fundo de investimentos. Os anos de conduta fora do padrão resultarão em contingências que prejudicarão o valor da companhia ou podem até inviabilizar a negociação. A grande maioria dos compradores, como condição de concluir o negócio, realiza uma minuciosa varredura em busca de "esqueletos escondidos nos armários" para deduzi-los do valor a ser pago pela companhia.

Por fim, se você só consegue ganhar dinheiro ao sonegar impostos ou infringindo a lei, mude o modelo de negócio ou parta para outra coisa. Você pode estar no negócio errado! Como diz o conselheiro da Endeavor, Fábio Barbosa "não dá para ser mais ou menos ético. Ou você é ou não é".