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O grupo paranaense O Boticário, que no início de fevereiro vendeu o Shopping Estação e o Estação Embratel Convention Center, confirmou ontem que vai apostar exclusivamente no ramo de cosméticos. O grupo G&K, holding que controla a empresa de cosméticos e outras subsidiárias, pretende vender a participação de 12% que detém no Shopping Mueller de Joinville, em Santa Catarina. O diretor financeiro do grupo, Fernando Modé, ressaltou ontem que é essa a decisão da empresa, mas o balanço do grupo, divulgado na semana passada, revela que um dos objetivos da holding é participar de sociedades nacionais ou estrangeiras como sócia, quotista ou acionista.

A publicação do resultado financeiro completo de todas as subsidiárias abriu especulações sobre a possibilidade de o grupo abrir capital na bolsa. Questionado sobre isso, Modé não se manifestou. As respostas foram enviadas via e-mail pela assessoria de imprensa da empresa. Outro boato que circulou no mercado, de que O Boticário poderia ser vendido para a concorrente Natura, de capital aberto, foi negado pelo executivo.

Sobre a expectativa de investimentos para fazer frente à concorrência, Modé também não fez comentários, argumentando que são informações estratégicas. "A empresa continuará investindo, sim, em produtos com extrema qualidade e tecnologia, tendo como objetivo atender da melhor maneira o consumidor da marca", declarou. Ontem a empresa divulgou a aplicação de R$ 5 milhões na ampliação da linha Active, de cosméticos anti-sinais.

Desempenho

Neste ano o grupo O Boticário faz 30 anos. De acordo com informações da empresa, a marca está presente em 1.415 municípios, com cerca de 2,3 mil lojas. No exterior há 61 lojas, 17 quiosques e 1,2 mil pontos-de-venda, em 20 países. O lucro líquido do grupo foi de R$ 82,4 milhões, uma queda de R$ 10 milhões em relação ao ano anterior.

A diferença é explicada pela venda do Shopping Estação. O valor do empreendimento foi estimado em R$ 153,9 milhões, com provisão de perdas de R$ 32,7 milhões com a negociação. O grupo BR Malls, que adquiriu o empreendimento e o centro de convenções, está em fase de abertura de capital. O shopping foi adquirido em 2000 pelo empresário Miguel Krigsner e outros sócios. Logo ele se tornou o "xodó" do empresário, que implantou no local o Teatro de Bonecos Dr. Botica e o Museu do Perfume, entre outras ações que levavam sua marca pessoal.

O centro de convenções, inaugurado em 2004, consumiu cerca de R$ 75 milhões de investimentos, com cerca de 40% financiados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O empreendimento foi elogiado pelos lojistas, mas sua taxa de ocupação era baixa, de cerca de 35%. Em 2006, parte do centro de convenções se tornou a Estação Business School, parceria de Miguel Krigsner e de outros empresários com a escola Ibmec, de São Paulo.

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