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Quando o assunto é dinheiro, muita gente ainda aposta na poupança e aqueles que variam um pouco geralmente procuram investir em fundos de baixo risco. É o que afirma estudo divulgado pela Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima). Cerca de 97,3 milhões de brasileiros investem na poupança e 6,8 milhões recorrem aos produtos de varejo oferecidos por bancos e corretoras.

O conservadorismo nos fundos fica claro quando se compara a variedade de investimentos dentro do varejo: quase 80% dos investidores preferem os fundos de renda fixa e DI. Entre os investimentos de tesouraria, 72% optaram por CDB. A diversificação aumenta um pouco quando considerados os clientes de alta renda.

Para a coordenadora do laboratório de orçamento familiar da UFPR, Ana Paula Mussi Cherobim, são duas as explicações. Primeiro, o brasileiro tem uma cultura muito forte de investimento em caderneta de poupança. "Mesmo com a queda no rendimento, o número de clientes teve aumento sistemático", afirma a especialista. O segundo fator seria o histórico bom de retorno dos investimentos de renda fixa, no passado. "Ter dinheiro para guardar é uma coisa relativamente nova para o brasileiro. E são anos e anos de bons rendimentos de juros nos investimentos de renda fixa. Porque é que as pessoas vão arriscar?", questiona Ana Paula.

Outro fator importante é a falta informação sobre as possibilidades disponíveis no mercado. A poupança é popular pela facilidade e pela transparência e se torna atraente porque não tem custo e nem cobrança de imposto. "Mesmo as pessoas que têm mais dinheiro, os grandes investidores, não vão para a bolsa, para investimentos mais agressivos. Um dos motivos é que apesar de a bolsa ser muito bem organizada, ter uma tecnologia muito sofisticada, falta solidez às empresas", conclui Ana Paula.

Para Jurandir Sell Macedo, consultor de finanças pessoais do banco Itaú e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), as pessoas precisam organizar os recursos poupados em três tipos de reservas. A primeira é para imprevistos, e deve ter de três a seis vezes o valor dos ganhos mensais. Esse dinheiro pode ir para a poupança porque deve estar sempre à disposição e não pode correr risco. A segunda reserva é a de aposentadoria, que deve ser de longo prazo. Nesse caso, algum risco é aceitável, para melhorar o retorno global do investimento. Para essa parcela, Macedo indica a bolsa de valores ou uma previdência privada.

A terceira reserva é a destinada aos sonhos. Para aquela viagem internacional é preciso estudar as possibilidades para investir em dólar, por exemplo. "Não existe o melhor investimento do momento, e sim o mais adequado ao tempo de retorno e valor disponível", afirma.

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