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Fato: o investimento em ouro cresce durante as crises. Há uma crise em andamento, motivada pelas dúvidas em relação à capacidade de países como Grécia, Espanha, Portugal e Itália fazerem frente às suas dívidas – questionamento que respinga até em líderes globais do quilate de França e Estados Unidos, e resulta em incertezas sobre a saúde de muitos bancos europeus. Logo, o ouro tende a valorizar-se. É o que está acontecendo. O gráfico abaixo demonstra isso.

Por isso vem a calhar o lançamento de Ouro: investimento, proteção ou ilusão? Aprenda a lidar com os riscos do mercado, de Mateus Padovani Velloso (Saraiva, 168 páginas, R$ 34,90). Em uma linguagem bastante direta, o autor – empresário brasileiro do setor de tecnologia que mudou-se em 2006 para a Nova Zelândia ("em troca da oportunidade de enriquecer culturalmente, vivendo no país menos corrupto do mundo", conforme sua apresentação, no início da obra) demonstra o funcionamento do mercado de ouro e discorre sobre estratégias e formas de investimento. Tudo bastante útil para quem está interessado no assunto.

Há, entretanto, duas ressalvas importantes. A primeira é a parcialidade do autor. Velloso é um entusiasta do ouro. Ao longo do livro, ele deixa isso claro. Suas opiniões, portanto, conduzem a um raciocínio segundo o qual a única forma de um investidor estar 100% seguro – esteja ou não em meio a uma crise – é tendo alguma quantidade de metal armazenada, seja num cofre em casa ou sob a custódia de uma instituição. O viés é de total desconfiança em relação a outras aplicações e também nos governos, nos economistas e nos indicadores econômicos.

Por último, é necessário apontar uma fraqueza bibliográfica – a segunda ressalva. As referências incluem apenas onze livros e 44 websites. Com frequência as notas de rodapé remetem à Wikipedia, uma enciclopédia virtual que pode ser alterada por qualquer usuário cadastrado, e que já foi criticada por trazer informações errôneas.

Se o leitor está curioso sobre o mercado de ouro e quiser mais informações, vá adiante. É desejável, entretanto, que consulte também outras fontes. E lembre-se de dois princípios básicos de investimentos: diversificar é mais seguro do que investir num só ativo, e rentabilidade passada não é garantia de resultado futuro.

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