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O que virá

Algumas das consequências do crescimento do PIB sobre os investimentos.

Ações

Teoricamente, o crescimento econômico tem reflexos positivos para as empresas, o que se reflete em valorização nas ações. Mas muitos economistas avaliam que o mercado já antecipou esse efeito – como subiu antes, o preço das ações pode agora se manter indiferente ou mesmo cair. Vá com cautela.

Renda fixa

O Banco Central deve encerrar a fase de redução na taxa de juros, medida que vinha sendo tomada para "alimentar" a economia e impedir que os preços sofressem deflação. Com a economia de volta à normalidade, é possível que as pressões inflacionárias voltem e o BC resolva elevar as taxas. Há boas chances de ganhar com CDBs pós fixados ou com LFTs (títulos federais que podem ser comprados via Tesouro Direto).

Imóveis

O crescimento econômico tende a tornar ainda mais dinâmico o mercado para imóveis comerciais, residenciais e terrenos. Em Curitiba, os investimentos em infraestrutura que prepararão a cidade para a Copa do Mundo de 2014 ampliam o potencial de valorização. Há boas oportunidades.

Poupança

Ainda é uma opção interessante para as pessoas que têm pequenos valores disponíveis para investir. Se a inflação subir, no entanto, os ganhos podem ser corroídos. Os grandes poupadores vão sentir a "mordida" da tributação, a partir do ano que vem. Só para pequenos investidores.

O Brasil está comemorando: saímos da recessão. Os dados numéricos estão aí desde o dia 11, quando o IBGE divulgou um crescimento de 1,9% no Produto Interno Bruto do país no segundo trimestre deste ano. Ontem, o relatório semanal Focus, do Banco Central, mostrou que a expectativa dos economistas de consultorias e bancos não está mais no vermelho – ficou em zero, depois de quase seis meses no negativo. Mas o que isso significa para o investidor? Há alguma oportunidade de ganho surgindo com o fim da tal "recessão técnica"?

A resposta é sim, mas ela não é assim tão óbvia. O caminho mais natural para surfar essa onda positiva seria o investimento em ações. A lógica aponta que, quando a economia volta a crescer, a perspectiva de lucros das empresas aumenta. Consequentemente, elas devem se valorizar, o que levaria a ganhos para os seus acionistas. Essa leitura, no entanto, não encontra eco entre os economistas.

"Isso vale principalmente com uma leitura de médio e longo prazo. No curto prazo ainda é uma afirmação muito frágil", diz o consultor financeiro pessoal paulista Caio Torralvo. Ele acredita que as ações brasileiras subiram rápido demais nos últimos meses – no ano, o índice Ibovespa marcou 62,4% de alta – e podem experimentar altos e baixos no futuro próximo.

A opinião é compartilhada por José Guilherme Vieira, professor da Universidade Federal do Paraná. "De uma certa forma, o mercado antecipou essa tendência de recuperação e incorporou isso aos preços", explica. "Por isso eu não diria que temos muito a ganhar na bolsa com a retomada."

Vieira observa que há, por outro lado, a possibilidade de obter ganhos com investimentos em renda fixa, que andaram perdendo a popularidade desde que a taxa Selic começou a retroceder, em janeiro. O professor diz que há a possibilidade de a inflação voltar a incomodar no início de 2010, o que despertaria o Banco Central a elevar a taxa básica para cumprir seu objetivo de manter o IPCA dentro da meta.

Nesse caso, ele aconselha o investidor a optar por títulos pós-fixados, como a LFT, que paga ao investidor a taxa Selic. As LFTs podem ser compradas pelo Tesouro Direto, que é o mecanismo de negociação on-line de títulos públicos federais. Outra opção é o investimento em CDBs pós-fixados – os CDBs são títulos privados, emitidos pelos bancos. "Sempre pós-fixados, de maneira nenhuma pré-fixados, para ganhar com essa provável elevação das taxas", ensina.

Além dessas duas modalidades, Vieira observa que os imóveis também tendem a ganhar com o bom momento da economia. "O ritmo de valorização em Curitiba tem sido muito grande", comenta. Segundo ele, ainda há fatores locais que tendem a intensificar esse processo – as obras de infraestrutura que serão feitas em Curitiba para tornar a cidade apta a abrigar jogos da Copa do Mundo de 2014, por exemplo, e a disputa das grandes construtoras por terrenos para futuros empreendimentos. "Se os imóveis passaram por essa valorização em um período de crise, imagine o que pode acontecer agora que a economia está crescendo", compara. "O PIB abre alguns cenários", resume. "Eu apostaria em CDBs pós-fixados e LFTs e, aqui em Curitiba, em terrenos, enquanto esse movimento ainda não deslancha e os preços ainda têm margem para subir."

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