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Antes de qualquer coisa, faço questão de esclarecer o conceito de multinacional, que apesar de muito falado, ainda é pouco compreendido em sua totalidade. Uma multinacional é uma empresa que tem matriz num país e possui atuação internacional. Ou seja, no Brasil há, além das multinacionais estrangeiras, há também as nacionais.

Esclarecido esse primeiro ponto, dedico este artigo a todos os profissionais, juniores ou seniores, que desejam trabalhar numa multinacional. Existem diversos aspectos avaliados pelos recrutadores na hora de selecionar um candidato para esse tipo de empresa. Confira os principais abaixo.

Características comportamentais

Primeiramente, o perfil comportamental do profissional deve estar alinhado à cultura e necessidades da empresa. O profissional, por trabalhar numa organização de grande porte, deve ser dinâmico. Ou seja, deve ser mais proativo do que reativo. Além disso, é fundamental que tenha um pensamento amplo, sistêmico. Se o profissional tiver experiência no exterior, melhor ainda, pois favorece esse tipo de pensamento em uma escala maior.

Estar informado sobre o mundo em seus diferentes aspectos (culturais, políticos e econômicos, por exemplo) com um comportamento antenado e curioso também conta pontos. Por quê? Lembre-se de que multinacionais trabalham para o mundo. Portanto, alguém que não sabe o que acontece além de sua esquina, dificilmente suprirá a demanda profissional de uma dessas empresas.

Alguém que deseja trabalhar numa multinacional também precisa ser flexível e ter disponibilidade de morar em outras cidades e até países. Muitas vezes as oportunidades não estão na cidade local e pode ser necessária uma mudança de endereço. Para isso, a pessoa tem que ter a tal "cabeça aberta" e não ser resistente a mudanças internas. Ou seja, precisa estar pronta para o que der e vier. Mesmo porque resistir a uma dessas mudanças, venham elas acompanhadas de promoções ou não, podem estacionar a pessoa em sua guinada profissional naquela empresa.

Finalmente, acredito que o bom e velho relacionamento interpessoal é uma forte característica que estas empresas buscam. Independentemente do cargo, encontrar pessoas que saibam lidar e interagir, na medida certa, com outros profissionais, continua sendo um desafio.

Planejamento de carreira

Todo mundo quer "chegar lá", mas será que as pessoas sabem onde é "lá"? Cada um de nós tem um objetivo profissional, é claro, mas a palavra-chave para alcançar esta conquista não muda: foco. O profissional deve saber que, mesmo almejando um cargo específico (seja ele alto ou baixo), muito provavelmente terá que iniciar com um cargo menor para, aos poucos, galgar patamares mais elevados. Isso significa planejar, cargo a cargo, ano a ano, as competências e experiências necessárias para chegar ao destino final.

Sendo assim, tenho duas indagações a lhe fazer. A primeira é: qual é o seu objetivo (ou sonho) profissional? A segunda é: Com caneta e papel em mãos, faça uma lista de cinco coisas que você tem feito por você mesmo para chegar lá. Creio que agora você tenha entendido o teor da pergunta.

Não se esqueça de que ser realista nesse momento também é necessário e que planos de médio e longo prazo precisam ser criados, para que desta maneira as de curso prazo sejam mais facilmente traçadas.

Formação e experiência

Outros dois aspectos muito valorizados pelas multinacionais são a formação e a experiência. Para os mais jovens, que entram como trainees, a exigência é menor, já que a maioria é recém-formada. Inclusive, o fato de possuir pouca experiência permite que a empresa "molde" certas competências profissionais, já que a pessoa está sem vícios de outras organizações. Entretanto, mesmo para os jovens, têm vantagem aqueles que já possuem experiência internacional e outros cursos além da graduação.

A pós-­graduação ainda é bem vinda e, para algumas posições necessária, mas o que temos observado foi um crescimento na demanda por profissionais com mestrado. Há aquela preocupação e especulação sobre estudar sempre nas melhores instituições. Alguns profissionais pagam, e caro, para estar apenas de corpo presente na sala de aula e também para enfeitar seus currículos com o nome X ou Y. Uma pena. Mas, no final das contas, ganhará o emprego aquele que é exemplar na academia e no trabalho e tem ótimas recomendações em ambos. Por isso, aproveite os cursos da melhor maneira possível, buscando tirar boas notas e aproveitar os contatos profissionais que essas instituições de ensino proporcionam.

Além da bagagem intelectual técnica, o domínio de outros idiomas, sobretudo para uma multinacional, deixou de ser um diferencial e se tornou obrigação. E aqui não basta somente "se virar" no idioma, é preciso se comunicar com fluidez e também conhecer termos técnicos, algo que os ensinos mais lineares e tradicionais de inglês geralmente não focam. Nesses casos, o foco em business é o ideal.

De forma geral, as multinacionais procuram pessoas que se adequam ao momento atual da organização, mas também ao futuro ­ principalmente no caso de trainees. Estes são jovens com perfil de liderança, que desenvolverão suas expertises dentro da empresa para assumir um cargo de gestão.

É um longo caminho a ser percorrido. O investimento em estudos é alto e a determinação e planejamento devem estar sempre alinhadas às vontades da empresa. Entretanto, para quem vive sem fronteiras e possui sonhos ambiciosos, o retorno pode ser muito gratificante.

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