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Apesar da modesta audiência da RedeTV!, é bem provável que o espasmo protagonizado pelo apresentador Fernando Vanucci no programa "Bola na Rede", no último dia 9, tenha sido visto por mais gente que a cena que rendeu sua demissão da Rede Globo, em 1998, quando foi flagrado comendo um pãozinho diante das câmeras do Esporte Espetacular. Na época, para sorte de Vanucci, não existia o YouTube. Para azar dele, hoje o portal existe. Foi graças à ferramenta que o incidente na RedeTV! foi visto, só pela internet, cerca de 1 milhão de vezes.

Para quem quer conferir esse e outros vídeos, como o gol do time do coração, comerciais, videoclipes, trechos da novela do dia anterior ou ainda rever cenas repeditas à exaustão pela tevê (exemplo: a cabeçada de Zidane em Materazzi), o YouTube (www.youtube.com) é um salvador da pátria. Criado em fevereiro de 2005 por Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim, todos funcionários da PayPal – empresa norte-americana que permite transações online – a idéia do site é fazer com que todas as pessoas tenham livre acesso a imagens das mais diversas. O nome já diz a que vem: YouTube é um trocadilho da expressão "you too" (você também) com o "tube" (sinônimo de televisor nos países de língua inglesa).

O portal não foi propriamente um estouro desde o nascimento. Em dezembro, dez meses após sua criação, é que a febre se manifestou motivada pela exibição da esquete "Lazy Sunday", do famoso programa Saturday Night Live. Para se ter uma idéia, 5 milhões de pessoas assistiram ao vídeo, fazendo com que a rede NBC ordenasse a retirada de todas as cópias do vídeo do site. "Evolution of Dance", em que o comediante norte-americano Judson Caipply faz um pequeno show-solo, com mais de 28 milhões de reproduções, é o arquivo mais acessado.

Ainda na ressaca da Copa, pode-se ficar horas pesquisando sobre futebol. Sabe aquela tão endeusada, propalada, seleção de 1982? A cara incrédula de Galvão Bueno após sermos eliminados pela Itália é demais. Até a semana passada, a febre de acessos se manteve no esporte, e Zidane e Materazzi já ganharam inúmeras paródias e "especiais" editados com cenas de arquivo.

E aquela promessa de José Serra, num debate promovido por Boris Casoy na "Rede Record", de que ele não deixaria a prefeitura de São Paulo para se candidatar ao governo do estado ou do país? Ou mesmo Leonel Brizola chamando Paulo Maluf, em 1989, de "filhote da ditadura"? Da safra internacional, convém buscar por "Voz Fina". É um programa europeu, desses em que as pessoas vão contar suas mazelas, e que recebe um casal: ele tem voz fina e ela é paralítica. Ao ouvir os primeiros acordes do entrevistado, o apresentador desata a rir.

E você imaginaria o estúdio Disney produzindo animações antinazistas? Pois eles fizeram duas. "Der Fuehrer’s Face" é com o simpático Pato Donald, que tem um sonho que se passa nos campos de concentração alemães, mas felizmente ele acorda e se encontra na "velha e boa América". Já "1940’s Disney Anti-Nazism Cartoon" é mais pesado, contando a trajetória de uma criança que foi convertida em seguidora de Hitler.

Mas além do mero entretenimento e da inutilidade aparente, o YouTube tem uma proposta nobre: divulgar vídeos, curta-metragens e obras diversas feitas por artistas de todas as partes do mundo. O diretor do grupo teatral Antropofocus, Andrei Moschetto, 29 anos, ficou feliz com a possibilidade de documentar trabalhos feitos pela sua equipe. "Comecei a usar o site há alguns meses, para pesquisar modalidades de comédia, novas linguagens na área. Hoje, já fizemos dois uploads de vídeos de alunos do grupo", conta.

A publicitária Carolinne Rebello, 21, acessa o YouTube com propósito bem menos "sérios". "Meus amigos e eu postamos um vídeo que fizemos no Festival de Inverno", conta Carolline, que também assiste a videoclipes no portal. São os 15 bytes de fama...

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