A economia estava programada para ser a grande protagonista do primeiro discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, diante das duas Câmaras do Congresso norte-americano. Durante o pronunciamento, que ocorreria a partir das 23 horas de ontem, o presidente também deveria listar quais serão as prioridades de sua administração em uma cerimônia que carregaria toda a pompa de um discurso sobre o "Estado da União", tradição anual da Presidência dos EUA. No entanto, Obama ainda está há pouco tempo no cargo para fazer tal oratória.

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Uma das grandes armas preparadas pela equipe do presidente para acalmar a oposição republicana era apelar para "a determinação e a força do povo norte-americano". Além disso, o presidente deveria exaltar tais características como essenciais para o reerguimento do país. "Nossa economia pode estar enfraquecida e nossa confiança, abalada. Apesar de estarmos vivendo momentos de incerteza, hoje eu quero que cada americano saiba uma coisa: nós iremos reconstruir, nós iremos nos recuperar, e os Estados Unidos da América irão emergir mais fortes do que antes", dizia um trecho do discurso divulgado pela Casa Branca. "O peso dessa crise não determinará o destino desta nação".

Tal estratégia, de realizar uma exposição encorajadora, também é uma maneira de tentar transferir a alta popularidade de Obama para seus planos de estímulo econômico e, principalmente, de resgate do sistema financeiro. Uma pesquisa feita pelo jornal "The New York Times" em parceria com a rede de televisão CBS mostra que 76% dos americanos acreditam que o presidente tomará as decisões econômicas corretas para tirar os EUA da crise.

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Contradição

O mesmo levantamento, no entanto, deixa claro que as pessoas não concordam com as medidas já anunciadas: 59% responderam que a ajuda aos bancos serve muito mais para salvar banqueiros do que para tirar o país da recessão. Além disso, mais de dois terços são completamente contra o uso de dinheiro público para melhorar a situação financeira das montadoras General Motors e Chrysler.

De acordo com o texto liberado pela Casa Branca, o presidente salientaria que as medidas são duras, mas necessárias, que a economia pode levar mais tempo para entrar nos eixos, mas que "as respostas para os problemas não estão fora de alcance". "Essas respostas estão em nossos laboratórios e universidades, em nossos campos e nas nossas fábricas, na imaginação dos nossos empreendedores e no orgulho do povo mais trabalhador da Terra", dizia um trecho. "As qualidades que transformaram os EUA na maior força de progresso e prosperidade da história da humanidade nós ainda as temos e em grande medida. É preciso agora que o país se una, enfrente corajosamente os desafios e assuma a responsabilidade pelo futuro mais uma vez", falaria Obama.

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