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Crise

OIT estima 50 milhões de desempregados no mundo

Cortes pelo mundo |
Cortes pelo mundo (Foto: )

A deterioração do cenário econômico a partir de setembro levou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a rever sua projeção para o desemprego mundial. Segundo o relatório Tendências Mundiais de Emprego 2009, divulgado ontem na sede mundial da entidade em Genebra, o atual ritmo de agravamento da crise pode elevar a taxa global de desemprego para 7,1% neste ano, gerando assim mais de 50 milhões de desempregados em todo o planeta.

A projeção de novembro apontava para um índice de desemprego de 6,1%.

Se confirmada a nova projeção, o desemprego deve atingir 1,6% da força de trabalho mundial, atualmente estimada em 3,167 bilhões de pessoas. O contingente de possíveis desempregados equivale a quase toda a população da Itália; ou corresponde à soma das populações da Argentina, Paraguai e Uruguai.

Em 2007, com uma taxa mundial de crescimento econômico de 5,2%, foram gerados cerca de 45 milhões de empregos em todo o planeta. Isso significa que, quando retomado o ritmo de crescimento da fase anterior à crise, o mundo demorará mais de um ano para anular os efeitos do desemprego.

Com o crescimento aproximado de 5,6% do PIB em 2008, o Brasil gerou 1,45 milhão de empregos. Neste ritmo, o país demoraria 35 anos para recolocar todos estes desempregados no mercado de trabalho.

"Muitos governos estão cientes da situação e estão tomando medidas, mas é necessário empreender ações mais enérgicas e coordenadas para evitar uma recessão social mundial. A redução da pobreza encontra-se em retrocesso e a classe média está sofrendo em todo o mundo. As consequências políticas e de segurança são de proporções gigantescas", aponta no relatório o diretor geral da OIT, Juan Somavia.

Segundo a assessoria de imprensa do escritório nacional da OIT em Brasília, o estudo foi elaborado e divulgado em Genebra, na Suíça, e o nenhum diretor brasileiro da entidade está habilitado para comentar os resultados.

América Latina e Caribe

A OIT também divulgou o relatório Panorama Laboral sobre o desemprego na América Latina e Caribe. Segundo o estudo, em 2008 o nível de desempregados urbanos na região caiu pelo quinto ano consecutivo, atingindo a marca de 7,5% – menor nível da série histórica desde 1992.

No entanto, o relatório aponta que a crise econômica internacional já interrompeu a trajetória positiva a partir do terceiro trimestre do ano passado. A organização estima que em 2009 o nível de desempregados pode aumentar entre 1,5 milhão e 2,4 milhões de pessoas na região.

"O ano de 2009 será difícil em matéria de emprego. Frente a essa situação somos realistas, mas não alarmistas" comenta o diretor geral Juan Somavia.

Mesmo com a crise, a previsão sobre o crescimento econômico da região continua positiva. Estudo da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) acredita que em 2009 o PIB da região deva crescer 1,9% – uma acentuada desaceleração, pela qual o mercado de trabalho não deve passar imune. A OIT estima que, com este índice, a taxa de desemprego urbano na região em 2009 suba pela primeira vez desde 2003, entre 7,9 e 8,3% na média anual.

Se o índice ficar abaixo, o desemprego será ainda maior. E é provável que isso aconteça, segundo o diretor do escritório do Cepal no Brasil, Renato Baumann, que faz questão de informar que a projeção de crescimento do PIB utilizada no documento da OIT é parte de um relatório preliminar, publicado anualmente em dezembro. "O índice deve passar por uma revisão para baixo no próximo relatório a ser divulgado entre julho e agosto. É inevitável [que haja uma reavaliação], a projeção para 2009 foi feita sob outra conjuntura", argumenta.

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