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Ao lado de atletas dos Estados Unidos, chineses devem liderar o ranking das premiações de ouro | Brian Snyder/Reuters
Ao lado de atletas dos Estados Unidos, chineses devem liderar o ranking das premiações de ouro| Foto: Brian Snyder/Reuters

Rio 2016 trará benefícios, mas também desafios, alerta estudo

Além de elaborar previsões para o quadro de medalhas das Olimpíadas de Londres, o estudo publicado pelo Goldman Sachs fez uma análise sobre o próximo evento, que será realizado no Rio de Janeiro em 2016. De acordo com a publicação, tanto a Copa do Mundo de 2014 quanto as Olimpíadas representarão desafios organizacionais e logísticos, mas também vão oferecer "oportunidades únicas de mostrar um Brasil moderno, cosmopolita e globalmente integrado". Será a primeira vez que os jogos serão sediados na América do Sul.

O relatório destaca a posição consolidada que o país tem alcançado graças às políticas adotadas nos últimos anos, que permitiram à economia superar uma série de desequilíbrios estruturais e atrair números recordes de capital estrangeiro. O crescimento da classe média também é mencionado. "As oportunidades apresentadas por essas transformações não devem ser subestimadas, já que agora há tantas pessoas de classes média e alta quando a população da França e da Grã-Bretânia, juntas", acrescenta o banco.

Como nem tudo são flores, os pontos negativos da conjuntura brasileira não deixam de ser citados. O baixo crescimento é relacionado a impedimentos estruturais, como déficit de infraestrutura, alta carga tributária, altos níveis de trabalho informal, entre outros. "A esse respeito, sediar dois grandes eventos esportivos são uma oportunidade de impulsionar os investimentos", informa a publicação.

15º lugar

Se relatório estiver certo, Brasil ficará com 18 medalhas

A previsão do Goldman Sachs é que o Brasil fique em 15.º lugar no ranking de medalhas, com seis de ouro e 18 no total. "O Brasil, sem dúvida, é um país com muita oportunidade. É uma economia que está crescendo, mas é um país que ainda tem uma agenda de reformas importantes que poderiam ajudar a deslanchar o crescimento", analisa Alberto Ramos. "Muitas das coisas boas dos últimos anos aconteceram devido a fatores externos – maior liquidez global, preço de commodities maior e ambiente externo favorável a investimentos. Mas, vale lembrar que o resto do mundo também cresceu. Comparado aos outros países do BRIC, ainda há impedimentos estruturais que deixam o crescimento potencial bastante baixo", complementa.

A dinâmica é simples: países com maior crescimento ganham mais medalhas de ouro. Pelo menos esta é a conclusão a que chegaram os autores de um relatório publicado este mês pelo banco de investimentos americano Goldman Sachs, que analisa se as variáveis econômicas, sociais e políticas podem ajudar a explicar e prever o sucesso de um país nas Olimpíadas.

"A partir de análises de dados passados, percebemos que os indicadores têm algum poder de influência, mas, é claro, é um exercício bem humorado", afirma Alberto Ramos, chefe de pesquisas econômicas na América Latina.

Para fazer a previsão do quadro de medalhas, o banco se baseou em um indicador chamado Growth Environment Scores (GES). Os GES analisam seis fatores: condições políticas, estabilidade macroeconômica, condições macroeconômicas, capital humano, tecnologia e ambiente microeconômico.

Com estas informações, é possível fazer considerações sobre o crescimento de longo prazo dos países analisados. E, segundo a premissa inicial, quem cresce mais, ganha mais medalhas. "Uma das partes divertidas de se construir modelos econométricos é que, se eles são razoavelmente bons explicando o passado, podem ser usados para prever o futuro", explica o relatório.

Mas, para Alberto Ramos, nenhum ponto deve ser analisado isoladamente. "Nenhuma das variáveis é decisiva. Há países que têm rendas mais baixa, mas têm bons resultados, graças a outros aspectos", afirma. Fatores como a cultura esportiva, instalações e infraestrutura, treinamento e foco também facilitam a melhora do desempenho.

Além disso, a influência da economia parece ser diferente entre os esportes – em alguns, é mais evidente, em outros, nem tanto. "E não podemos esquecer que há uma certa quantidade de medalhas que precisa ser distribuída, independente de qualquer análise. Então, mesmo que um país não melhore em termos de crescimento, às vezes pode melhorar seu resultado de medalhas graças à piora de outros", lembra Alberto.

Londres

De acordo com o relatório, as previsões para as Olimpíadas de Londres demonstram dois padrões: no primeiro, países com ambientes de crescimento superior e rendas mais altas devem ganhar mais medalhas. Neste ano, Estados Unidos e China devem liderar o ranking, com 37 e 33 ouros, respectivamente. A segunda observação é que o fato de o Reino Unido sediar o evento deve ter influência positiva em seu resultado, deixando-o como terceiro colocado, com 30 ouros.

Entre os países que lideram em número de medalhas, tradicionalmente ocorrem poucas mudanças, com repetição de bandeiras nas premiações. No top 10, as estimativas apontam que farão parte cinco dos países do G7 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Itália) e dois do BRIC (China e Rússia).

Previsão de ranking

Confira o ranking previsto pelo Goldman Sachs e o número de medalhas de ouro de cada país.

1. Estados Unidos: 37 2. China: 33 3. Reino Unido: 30 4. Rússia: 25 5. Austrália: 15 6. França: 147. Alemanha: 148. Coréia do Sul: 109. Itália: 1010. Ucrânia: 915. Brasil: 6

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