O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que as chuvas de março no Sudeste/Centro-Oeste, principal região para abastecimento dos reservatórios das hidrelétricas do país, devem representar cerca de 67% da média histórica para o mês, volume que não deve trazer alívio nas preocupações sobre um eventual racionamento de energia.
A previsão de chuvas indica uma expectativa de que os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste devem passar de 34,7% atualmente para 38,3% em 4 de abril, segundo dados divulgados no Relatório Executivo do Programa Mensal de Operação do ONS para março. Para o Sul, o nível deve passar de 37,18% atualmente para 38,7%. No Nordeste, de 42,19% para 45%, e no Norte, de 80,92% para 88%.
O ONS informou que para março "prevê-se afluências superiores às verificadas em fevereiro, em todos os subsistemas, embora, apenas para o subsistema Norte, estejam previstas afluências superiores à média do mês de março". Em fevereiro, as chuvas no Sudeste/Centro-Oeste tiveram o segundo pior volume do histórico e no subsistema Nordeste foi o pior volume já registrado.
As previsões iniciais de chuva têm decepcionado nos últimos meses. Para janeiro, a estimativa eram de chuvas equivalentes a 96% da média histórica, quando o que se realizou foi 54%, segundo o presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos. Já em fevereiro, as chuvas devem fechar em 39% da média histórica, quando a previsão inicial era de que chovesse 55% da média. "A previsão de chuva para março é de 67% da média, mas é muito cedo para dizer que isso vai se confirmar ou não. Não há ainda muita certeza, é só uma previsão", disse.
Carta ao ministro
Associações do setor elétrico estão preparando uma carta para ser entregue ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, sobre as preocupações quanto à situação dos reservatórios das hidrelétricas, segundo uma fonte que participa da elaboração do documento. Na carta, as associações pedirão que haja um sinal do governo para que os consumidores economizem energia e também que sejam pensadas campanhas para poupar energia, o que, segundo a fonte, "já deveria ter sido feito". A fonte ouvida considera que o risco de fornecimento de energia em 2015, sem economia de energia e recuperação dos reservatórios neste ano, seria ainda maior.
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