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O seu amigo está online, você aperta um botão e pronto, os dois podem conversar em tempo real. Não, não é mais um programa de mensagens instantâneas da internet, mas sim o conceito "push to talk" (aperte para falar – PTT) que há tempos está presente nos celulares de algumas operadoras para o público corporativo, mas que agora está disponível no varejo e pretende conquistar os clientes em geral.

Sinônimo do conceito, a Nextel foi a primeira operadora do país a oferecer o PTT. Desde 1997, sob a tecnologia Integrated Digital Enhanced Network (Rede Digital Integrada e Aprimorada – iDEN), da Motorola, a empresa conquistou 750 mil usuários, basicamente no ambiente corporativo. "Em um mercado que tem 95 milhões de clientes de celulares, atuamos em um nicho, para atender quem fala muito ao telefone e precisa de mobilidade", explica o vice-presidente de marketing da companhia, Mario Caroti.

O sistema da Nextel é chamado de trunking digital de alta capacidade, que congrega os recursos de rádio digital, telefonia móvel digital e transmissão de dados em uma mesma rede. Na prática, isto permite à companhia oferecer serviços especialmente úteis para os ramos de entrega, manutenção, reparo, assistência técnica, distribuição de produtos e serviços, logística, e em outras áreas que desenvolvem atividades de campo e exigem comunicação fácil, rápida e, principalmente, barata.

Pela ferramenta "Localizador", por exemplo, o cliente da Nextel pode ver na tela do computador onde estão todos os aparelhos da sua empresa, graças ao rastreamento por GPS ou por triangulação das antenas da rede. Além disto, o cliente pode enviar mensagens aos seus funcionários, a partir do computador, para acrescentar, modificar ou atualizar tarefas, o que pode aumentar a produtividade do negócio. Isso tudo com pacotes que custam a partir de R$ 80 mensais e permitem conexão direta ilimitada para outros aparelhos Nextel – inclusive para o exterior – e minutos para ligações de celulares de outras operadoras.

Usuário final

Desde 2005, as operadoras Claro e Vivo investiram no conceito PTT para seus clientes corporativos. Agora, a aposta da Claro é expandir a proposta para o usuário pessoa física. A empresa usa a tecnologia PTT over Cellular (PoC), similar à tecnologia Voz sobre IP (VoIP), que transforma a voz em pacotes de dados e a transfere por canais de dados – no caso da Claro as redes Enhanced Data Rates for Global Evolution (Taxas de Dados Aprimoradas para Evolução Global – Edge) ou General Packet Radio Service (Pacote Genérico para Serviço de Rádio – GPRS). Quando os dados chegam ao terminal de destino, são transformados em voz novamente.

Desde o início de junho, o cliente pessoa física da Claro pode usar o sistema em todas as regiões do Brasil cobertas pela operadora. Quem contrata um plano adicional de R$ 49 mensais paga as tarifas interurbanas como se fossem ligações locais e pode conversar com outros PoC gratuitamente. Lembra o Skype, aquele que conquistou o mundo por oferecer ligações gratuitas ou muito baratas pela internet, não é? Pois é quase a mesma coisa. "O objetivo é conquistar 10% da base de clientes corporativa, que usa plano pós-pago, mas nós também queremos atingir o usuário pessoa física e está previsto o lançamento do serviço para pré-pago", conta o coordenador de marketing da Claro, Luiz Santim. "Vamos primeiro criar a cultura nas pessoas de usar o sistema", acrescenta.

De acordo com o presidente da consultoria especializada em telefonia Teleco, Eduardo Tude, a Claro possui cerca de 100 mil clientes PoC. Número não tão expressivo se for considerado a quantidade total de 20,5 milhões de clientes da empresa. Talvez por que os serviços baseados em PoC ainda são um pouco limitados. "A tecnologia exige as redes de terceira geração para deslanchar", opina Tude. A operadora Vivo é a única do país que possui uma rede deste nível, a 3G, que usa a tecnologia EV-DO e permite conexões com velocidade de até 3 Mbps. Por enquanto, o acesso tem um custo alto para o usuário comum, por isso, o foco da Vivo para o PoC ainda é o ambiente corporativo.

Similar ao rádio

O conceito PoC usa principalmente a rede de dados CDMA 1xRTT da operadora, mas traz soluções agregadas à rede 3G. O serviço, chamado de Vivo Direto, surgiu da demanda que alguns clientes tinham para se comunicar pelo celular como se o aparelho fosse um rádio. "Muitos dos nossos clientes andavam com um celular e um rádio, o que gerava um certo incômodo, porque eles tinham que levar dois aparelhos ao mesmo tempo", explica o diretor da Vivo para o Paraná e Santa Catarina, André Caio. "Entre nossos clientes do Vivo Direto, temos a Danone, que usa o sistema na logística, e o Itaú, que usa em aplicações financeiras. Nosso objetivo é dar soluções customizadas para cada cliente", acrescenta Caio. A empresa não revela quantos clientes já conquistou com o conceito PoC, disponível desde o início de 2005.

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