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O jordaniano Abdelqader com os amigos alemães Schumacher e Kaeding: alguém consegue entender esse mapa? | Giuliano Gomes/Gazeata do Povo
O jordaniano Abdelqader com os amigos alemães Schumacher e Kaeding: alguém consegue entender esse mapa?| Foto: Giuliano Gomes/Gazeata do Povo

Crédito para obras pode ficar difícil

A preparação do Brasil para a Copa do Mundo pode ficar prejudicada por conta da atual crise financeira. "Com certeza será mais difícil garantir recursos para as obras com a crise financeira. Por outro lado, a construção de novos empreendimentos gera muito emprego e pode ajudar o país a passar ao largo do pior da crise", observa Célio Hiratuka, professor de economia da Unicamp. Na semana passada, o governo do estado encaminhou à bancada paranaense no Congresso Nacional a sugestão de uma emenda de R$ 401,8 milhões ao Orçamento da União de 2009, para obras de mobilidade urbana na região de Curitiba. No entanto, a tendência é que o Orçamento sofra cortes. (RF)

  • Os japonses Tanaka, Horiuchi e Uehara vieram aprender português e ainda têm dificuldade para se mover por Curitiba.

O que é mais fácil: pegar a linha de ônibus Santa Cândida/Capão Raso, aqui em Curitiba, ou o bonde que vai da estação Starometská até Malostranská, em Praga, na República Tcheca? É difícil comparar, mas a cidade européia tem algumas vantagens, principalmente para turistas estrangeiros. Lá não é preciso decorar nenhum dos nomes. Os bondes que fazem o trajeto são os de número 22 e 23. Esse é apenas um dos detalhes com os quais Curitiba terá de se preocupar, caso venha a ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.

E são grandes as chances de a capital paranense receber um dos grupos do Mundial. O caminho para isso começou a ser trilhado em outubro, quando consultores da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), contratados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), visitaram a cidade e ficaram positivamente impressionados. As cidades candidatas, além da avaliação da Abdib, precisam passar pelo crivo do Sindicato das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) e da CBF. As escolhidas – 12 ou 14 localidades – serão anunciadas em março de 2009, pela Federação Internacional de Futebol (Fifa).

O Sinaenco, que deve vir a Curitiba ainda neste mês, avaliará os aspectos positivos da cidade e apontará o que precisa ser feito para que as exigências da Fifa sejam cumpridas. As conclusões serão apresentadas em um seminário. Pelo menos no quesito de sinalização de transporte público, a capital paranaense não ficará atrás das outras: no Brasil, a maior parte das informações está apenas em português e as linhas são conhecidas por nome, não por número.

Impressões

"Pelo que a gente escuta, o sistema de ônibus de Curitiba sempre foi moderno. Mas agora não parece ser tão bom", diz o alemão Daniel Schumacher, 24. Ele faz parte de uma turma de estrangeiros que freqüenta aulas de português no Centro de Línguas (Celin) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O grupo, de cerca de dez pessoas, está no Brasil há alguns meses. O que eles dizem pode ajudar a planejar a cidade para uma futura "invasão de estrangeiros", seja na Copa do Mundo de 2014 ou em outro evento.

"Só saber a língua não adianta. Os nomes das estações-tubo estão todos riscados, e o mapinha com todas as paradas, que fica dentro do ônibus, também está quase sempre rasgado", reclama Schumacher. O japonês Kuni Furusawa de 31 anos, diz que já enfrentou problemas por pedir informações na rua. E isso nada tem a ver com a fama dos curitibanos serem pessoas fechadas e tímidas. Muito pelo contrário.

A maioria da turma do Celin diz, em coro, que os moradores da capital paranaense são muito simpáticos e prestativos. Às vezes até demais. "Quando a gente pergunta algo, parece que eles têm vergonha de dizer que não sabem. Daí dão indicação errada, só pra dizer alguma coisa", lamenta Furusawa.

"Acho que andar e circular aqui por Curitiba é muito tranqüilo. Mas o ônibus demora muito, demais, principalmente no domingo. E ir ao Zoológico foi quase impossível de carro, é muito mal sinalizado", conta Leticia Hermoso Barroso de 25 anos, natural de Madri, na Espanha. Para o alemão Alexander Kaeding, de 24 anos, o que faz falta é um mapa de todo o sistema de ônibus da cidade. Abudi Abdelqader de 26 anos, da Jordânia, sugere que os taxistas sejam melhor preparados e aprendam a falar bem o inglês.

Os japoneses Daio Uehara e Tasuku Hariuchi, ambos de 21 anos, estão no Brasil (e em Curitiba) há apenas dois meses e também estudam no Celin. Eles já tinham conhecimentos da língua, pois na terra natal freqüentam o curso de Letras japonês-português. Mas eles não se arriscam muito no transporte público. "Fazemos quase tudo a pé. Moramos perto da universidade e, mesmo para ir mais longe, às vezes é mais fácil andar. Uma vez pegamos um táxi de noite, mas foi muito caro", conta Hariuchi. Junzo Tanaka de 28 anos, diz que se sente bem ambientado na cidade. "Não sinto mais dificuldade por conta da língua, mas para pegar ônibus é ruim. Chego no ponto de ônibus e não dá para saber qual passa ali nem para onde vai."

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