Osmar Dias (PDT) defende autonomia dos estados para redirecionar investimentos do PAC

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O senador Osmar Dias (PDT-PR) esteve reunido com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira e defendeu a autonomia dos estados para redirecionar o investimento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em obras de prioridade do estado.

No encontro, que reuniu lideranças do Senado e da Câmara, Lula, segundo Dias, teria pedido sugestões para o plano e admitido pela primeira vez a possibilidade de alterações no PAC. O plano foi lançado pelo presidente no dia 22 de janeiro em Brasília e prevê um investimento total de R$ 503,9 bilhões nos próximos quatro anos.

O senador paranaense comentou que para o Paraná as prioridades seriam a geração de emprego na área de Turismo, além da criação da zona franca de livre comércio em Foz do Iguaçu, região Oeste do Paraná. "Isso permite que a verba fique no Brasil, além, é claro, do aumento de turistas", disse Dias.

Entretanto, a área mais contemplada com os investimentos do PAC, na visão do senador, seria a agricultura. Entre as medidas estariam a criação de um fundo de equalização de catástrofes climáticas, que daria sustentação ao seguro de renda dos produtores; investimento na Embrapa em novas tecnologias e pesquisas científicas e adotar medidas sanitárias em todo o continente para que o Brasil não sofra prejuízos.

"Hoje, por exemplo, foram identificados três focos de febre aftosa na Bolívia. Não adianta cuidarmos só do Paraná, tem que haver políticas em todo o continente, e para isso precisa de investimentos internos e externos", comentou. "Com isso, não é preciso inventar aftosa no Paraná", cutucou o senador, lembrando que em 2005 o então secretário da agricultura e vice-governador Orlando Pessuti, anunciou focos da doença - que exames mais tarde mostrariam que o gado do estado não estava doente.Estrada da Boiadeira

A estrada federal BR-487, conhecida como a estrada Boiadeira, no Oeste do estado, seria outra prioridade na opinião de Osmar Dias. A reportagem do Paraná TV, mostrou que apenas parte das obras foram concluídas e que o trecho final da rodovia está em péssimo estado (veja o vídeo) . Para o senador, a BR-487 é uma ligação fundamental para a integração com o Mato Grosso do Sul.

Aeroportos

A construção de terminais de cargas nos aeroportos de Londrina e Cascavel seria outra prioridade. Já que os investimentos iniciais, anunciados com o PAC, prevê apenas a criação de terminais no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais.

Outros investimentos previstos no PAC não citados pelo senador seria a obra na BR-153; a construção da segunda ponte internacional sobre o rio Paraná; a adequação do contorno leste de Curitiba, na BR-116; e construção e recuperação de berços do Porto de Paranaguá - além da ampliação da pista de pouso e do terminal de cargas em mais de 5 mil metros quadrados no aeorporto Afonso Pena.

A série de sugestões do senador paranaense, e dos parlamentares que estiveram reunidos com Lula nesta terça-feira, serão encaminhadas nos próximos dias ao ministro Tarso Genro para o aperfeiçoamento do PAC. Dias adiantou que vai conversar com o também paranaense Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, para fortalecer suas idéias sobre o PAC.

"PAC é extraordinariamente positivo", diz Requião

Ao contrário de Osmar Dias, que defende alterações no PAC, o governador Roberto Requião, durante a reunião de secretariado na manhã desta terça-feira, classificou o plano como "extraordinariamente positivo", e pediu aos colegas governadores que aprovem o PAC - em resposta às reivindicações apresentadas doze governadores que pediram o aumento dos repasses da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide), além da reposição pela isenção prevista na Lei Kandir - este último também defendido por Osmar Dias.

Lula preocupado com Congresso

Lula, segundo Dias, estaria preocupado com o Congresso, pois caberá aos deputados legitimar as medidas que compõem o plano de aceleração do crescimento. Para "passar" no Congresso, o governo federal precisa articular com os parlamentares para facilitar o trâmite do plano na Casa.

Osmar Dias no ministério da Agricultura

Sobre a possibilidade de assumir o ministério da Agricultura, no segundo mandato do governo Lula, Dias adiantou que o assunto só deve ser tratado após a eleição do presidente da Câmara - na quinta-feira 01 de fevereiro.