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Perspectiva dos empresários do Paraná para o próximo ano atinge o maior nível |
Perspectiva dos empresários do Paraná para o próximo ano atinge o maior nível| Foto:

PR terá núcleo de política industrial

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) assinou um convênio com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e a Secretaria de Indústria e Comércio para instalar no estado o Núcleo da Rede Nacional de Política Industrial (Renapi). O objetivo do projeto é organizar a aplicação da política industrial no estado, com a formulação de uma agenda de prioridades para o Paraná que poderão ser atendidas por programas federais.

"Queremos estabelecer as prioridades, em especial para empresas pequenas e médias com grande potencial de crescimento", explica Clayton Campanhola, diretor da ABDI. Segundo ele, esse diagnóstico pode ser seguido de ações de diversos órgãos, como Finep, BNDES, Inmetro e Sebrae, para ampliar o apoio ao desenvolvimento industrial no estado.

Da Redação

Passado o período crítico da crise financeira, o empresário da indústria paranaense retomou seu otimismo em relação ao desenvolvimento de negócios para 2010. No entanto, a oscilação do humor observada nos últimos anos indica que ele também está preso a um planejamento de curto prazo. A avaliação é do próprio presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, que apresentou ontem a Sondagem Industrial 2009-2010 – um levantamento que compila a previsão de investimentos e o grau de confiança dos industriais do estado.Entre os dados da pesquisa que indicam a volatilidade do setor produtivo está o redirecionamento dos investimentos em tecnologia. Na sondagem de 2008, 77% dos empresários disseram priorizar a tecnologia para aumentar a qualidade dos produtos – neste ano o índice caiu para 42%. Ganha espaço, enquanto isso, o uso da tecnologia para redução de custos, que apareceu agora com 37% na pesquisa, ante 16% do ano anterior. O levantamento também mostra que mais empresários querem aumentar sua capacidade produtiva (21%) – ou seja, em geral o gasto menor projetado pela indústria não será ligado a uma atividade mais fria.A mudança de comportamento é causada, segundo o economista da Fiep Roberto Zurcher, pelo aumento dos produtos importados no mercado interno brasileiro – movimento reforçado principalmente pela desvalorização do dólar e pelo baixo custo de produção nos países asiáticos.

Rocha Loures definiu os resultados da pesquisa como "um quadro de conjuntura boa, mas com estrutura ruim." Isso porque, após o pessimismo recorde da virada de 2008 para 2009, a perspectiva para 2010 voltou a atingir o teto, com 88% dos empresários confiantes em melhores negócios durante o ano. "O empresário hoje está otimista porque qualquer alívio é bom. Mas o desafio é aproveitar este embalo positivo para promover mudanças de gestão e políticas públicas. O Brasil ainda precisa se converter para uma economia moderna", disse o presidente da Fiep.

Ele avalia ser "muito perigoso" a indústria nacional crescer calcada na importação de tecnologia estrangeira. "A média de idade dos equipamentos brasileiros é de 17 anos, enquanto a média na Alemanha é de 5 anos. Para romper com esse ciclo, devem ser priorizados investimentos de médio e longo prazos, que durem mais do que um período eleitoral."

Outra mudança apontada pela pesquisa foi a perda de interesse no desenvolvimento de novos negócios, que foi destaque na expectativa para 2009. No lugar dele, a estratégia mais importante para o negócio empresarial em 2010 deve voltar a ser "satisfação do cliente". Segundo Zurcher, o aperto da crise realmente fez as empresas buscarem outros destinos no decorrer deste ano. As exportações paranaenses ilustram esta diversificação: dados de novembro da balança comercial mostram países que até então não tinham vínculo comercial expressivo com o Paraná, mas que agora figuram entre os dez maiores – Coreia do Sul, Índia e Hong Kong. "O ano de 2009 foi de conquista destes novos mercados, e a estratégia de destaque para 2010 passa a ser a manutenção destes clientes", explica o economista.

A Sondagem Industrial da Fiep foi feita com 484 empresários industriais, e tem uma margem de erro de 5%. Entre os empresários que estão otimistas, 39% preveem mais investimentos, 39% mais vendas e 19% estimam mais empregos. Entre os empresários pessimistas (7% do total), 52% não planejam novos investimentos durante 2010.

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