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A certeza da recuperação da economia e o otimismo em re­­lação aos próximos meses têm alavancado a confiança do empresariado, determinante para a decisão de retomar os in­­vestimentos. Tanto que o Índice de Confiança do Em­­presariado Industrial (Icei), medido trimestralmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), superou em outubro o pico de euforia registrado no período de crescimento econômico anterior à crise.

Em uma escala na qual valores acima de 50 pontos significam otimismo, o indicador chegou a 65,9 pontos ao fim do terceiro trimestre, a melhor marca desde janeiro de 2005, quando atingiu 66,2 pontos. "O otimismo cresceu bastante. O grande diferencial foi o empresariado voltar a sentir que a economia entrou no eixo", avalia o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato Fonseca.

Desde janeiro, quando o Icei em 47,4 pontos demonstrava pessimismo, a melhora das perspectivas dos industriais em relação à economia se traduziu em um aumento de 18,5 pontos. "O setor exportador ainda tem problemas, mas pode-se dizer que, em termos de demanda, o mercado doméstico já está recuperado", explica Fonseca. Segundo ele, o estado de espírito do empreendedor mostra que existe disposição para investir, contratar e comprar matérias-primas. "Esse movimento é fundamental, porque alimenta o ciclo econômico."

Juros estáveis

Para o economista da Unicamp Júlio Gomes de Almeida, os investimentos são fundamentais para que não haja um rompimento da atual política mo­­netária, uma vez que o Banco Central pode voltar a subir os juros em caso de pressões inflacionárias. "Em geral, euforia em economia sempre dá confusão, mas, nesse caso, ela é extremamente positiva", analisa.

Pela primeira vez desde o início da crise, todos os 27 segmentos industriais acompanhados pela pesquisa apresentaram uma avaliação otimista. O setor de limpeza e perfumaria é o mais confiante, com índice em 73 pontos, enquanto apenas as indústrias de couro, madeira e refino de álcool ficaram abaixo dos 60 pontos.

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