A semana começou com os mercados globais em queda, após declarações do governo da Alemanha e dados negativos sobre a economia dos Estados Unidos esfriarem o otimismo dos investidores. Com isso, o dólar comercial interrompeu uma sequência de oito pregões em baixa. A moeda americana fechou em alta de 2,28%, cotado a R$ 1,77. E o Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), operou em queda desde a abertura do pregão e fechou com baixa de 2,02%, aos 53.911 pontos.
O mercado brasileiro seguiu o cenário externo as bolsas caíram na Europa e nos EUA. O dólar se valorizou perante a maioria das moedas do mundo. Mesmo com a alta desta segunda-feira, porém, a moeda americana acumula queda de 6% ante o real neste mês.
Na avaliação do diretor de Tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, o movimento de baixa do dólar por oito pregões seguidos foi exagerado e, por isso, a alta desta segunda-feira (17) também foi forte. "O otimismo da semana passada se reflete na volatilidade de agora", opinou Knauer. Ele prevê que o dólar estará em torno de R$ 1,70 no fim do ano, mas isso não quer dizer que o caminho será fácil. A crise internacional traz incerteza para os mercados e nada impede que a moeda americana chegue a R$ 1,80 e volte.
Ducha fria
Nesta segunda-feira, os mercados acionários e o euro aceleraram o movimento de baixa após autoridades alemãs esfriarem o otimismo da semana passada em torno de uma solução para a crise das dívidas públicas na Europa. Steffen Seibert, porta-voz da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, declarou que não haverá uma solução rápida para a crise.
No fim de semana, autoridades da área econômica do G20 (grupo dos 20 países mais desenvolvidos) se reuniram em Paris para debater a crise. Na semana passada, Merkel e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disseram que os dois países apresentariam um plano para buscar uma solução para as dívidas e para recapitalizar os bancos europeus. No próximo dia 23, o Conselho Europeu terá uma reunião em Bruxelas.
"De certa forma, o que o governo alemão falou é um pouco óbvio. A solução para os problemas da Europa é um processo e não dá para esperar um pacote definitivo", analisa o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. Para estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, a declaração do governo alemão traz de volta as preocupações em relação à dívida da Grécia. O governo grego já anunciou que só tem recursos para honrar compromissos até o início de novembro. "A declaração estragou o humor dos investidores. Como a Bovespa tinha subido mais do que outros mercados na semana passada, devolve mais hoje [ontem]", avaliou Galdi.
Ou seja, houve um movimento de realização de lucros. O otimismo com relação aos avanços no sentido de uma solução para os problemas da Europa fez as bolsas do mundo todo fecharem em alta na semana passada. O Ibovespa teve expressiva alta semanal, de 7,39%. O gestor de renda variável da Máxima Asset Management, Felipe Casotti, destacou que a alta se deu apenas com expectativas. "Não havia motivos para subir tanto na semana passada e não há motivos para cair tanto hoje [ontem], disse Casotti, completando que movimentos extremos, de alta e de baixa, são comuns em época de volatilidade nos mercados.
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