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Schimmelpfeng, marca curitibana especializada em chocolates finos: bombons na preferência dos clientes | Andre Rodrigues/ Gazeta do Povo
Schimmelpfeng, marca curitibana especializada em chocolates finos: bombons na preferência dos clientes| Foto: Andre Rodrigues/ Gazeta do Povo

Apelo

Lançamentos são estratégia para manter vendas de ovos

Uma tática da indústria para manter o interesse do consumidor sobre o ovo de Páscoa tem sido apostar em novidades. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates e Derivados (Abicab) estima que, neste ano, foram lançados cerca de 150 produtos para a época, boa parte deles, ovos. A Copa do Mundo serviu de inspiração; em muitos casos, o formato de ovo deu lugar ao de bola de futebol ou de taça.

O vice-presidente de chocolate da Abicab, Ubiracy Fonseca, defende que o produto ainda tem muito apelo. "Não há estimativa de queda nas vendas de ovos de Páscoa", diz. Admite, porém, que o setor tem sido cauteloso, já que o mercado se mantém estável.

Para Giovanna Fischer, da Kantar Worldpanel, a indústria acerta ao buscar inovação. "O desafio é continuar inovando para gerar percepção de valor, impulsionando a volta dos ovos", diz. Isso já ocorre com o licenciamento do produto e com os brindes, que vendem mais que chocolate para as crianças. Mas o preço precisa ser ponderado. "As pessoas gostam de presentear, mas o consumidor não quer se sentir lesado".

Do ponto de vista do consumidor, ovos recém-lançados pedem atenção. Isso porque, como lembra o economista Henry Lira, coordenador do Disque Economia da prefeitura de Curitiba, pesquisar preços fica ainda mais complicado – já é, por ser um produto sazonal. "É preciso ver não só se o preço, mas se o peso bate". O serviço fará levantamento de preços neste ano, que ainda não tem data de divulgação.

  • A Copa do Mundo no Brasil virou inspiração para a indústria dos ovos de Páscoa

Apesar de sempre esperada pelo varejo e por indústrias alimentícias, a Páscoa trará a continuação de um desafio para a venda de produtos sazonais – em especial, os ovos de chocolate. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), essa deve ser a Páscoa com menor incremento de vendas desde 2005. Considerando a cesta de produtos e serviços cuja procura cresce na época, a projeção é de um aumento de 3,7%. Em 2013, a expectativa era de mais 4,9%.

Veja o balanço da inflação na páscoa

O varejo permanece apostando na tradição, mas diversifica nas compras. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as lojas estocaram para este ano 4,6% mais ovos do que em 2013, enquanto os estoques de chocolates (barras e bombons) cresceram 5,6%. Por enquanto, na percepção dos supermercadistas, o ovo ainda vende mais do que a colomba pascal.

A Abras avalia que os ovos estão 7,9% mais caros. É o mesmo índice anunciado pela Associação Paranaense de Supermercadistas (Apras) e está acima dos 7% estimados para a média dos produtos da época. Para o superintendente da Apras, Valmor Rovaris, a perspectiva permanece positiva. "O que foi comprado por supermercados em 2013 foi vendido, com estoque praticamente zerado." A projeção é vender 5% mais ovos no Paraná.

Cada vez mais caro e com menos chocolate, o ovo aparece na berlinda faz um certo tempo. Segundo a consultoria Kantar, a preferência pelos ovos, que era de 33% em 2012, caiu para 24% em 2013. É projetada nova queda em 2014. "Ovos com preços muito mais altos que o chocolate geram no consumidor uma discrepância na percepção da equação preço versus valor. Isso impulsiona diretamente a troca", afirma Giovanna Fischer, diretora de contas da Kantar.

Especializada em chocolates finos, a marca curitibana Schimmelpfeng concorda que os ovos enfrentam concorrência acirrada. A procura por eles vem diminuindo, mas sem causar decréscimo de produção, diz a supervisora de vendas Selma Fernandes. "O cliente quer variedade de sabores, que o ovo não tem, chocolate de qualidade e embalagem bonita. Percebemos, então, que a caixa de bombons tem sido a principal opção."

Inflação

Para a CNC, o cenário aponta que os itens de Páscoa devem competir com outros mais urgentes, que tiveram reajuste de preços acima da média, como pescados e passagens aéreas, também alvo de compras da época.

"Esses itens corroem o consumo", explica o economista da CNC, Fabio Bentes, que também cita a pressão do crédito mais acirrado e dos juros mais altos. "E o ovo de Páscoa não é essencial", diz. A tendência é de que brasileiros procurem itens mais baratos para a data, como barras e bombons de chocolate.

Interatividade

Você vai comprar ovos de Páscoa ou recorrer a outros produtos de chocolate para presentear alguém este ano? Deixe seu comentário abaixo.

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