O Grupo Gerdau trabalha com um cenário de expansão de 5% a 6% no consumo brasileiro de aços longos neste ano superior ao crescimento de 3,5% estimado para o Produto Interno Bruto (PIB). O vice-presidente de aços longos, Ricardo Gehrke, disse que o setor siderúrgico vai se beneficiar do aquecimento da construção civil, favorecida pelo pacote de incentivos à habitação anunciado recentemente pelo governo federal. Algumas das medidas são a isenção ou redução de alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para materiais de construção e a ampliação do volume de recursos destinados ao financiamento habitacional.
O presidente do grupo, Jorge Gerdau Johannpeter, afirmou que a companhia já percebe no movimento de pedidos um aquecimento expressivo nas vendas do setor. Ainda assim, ressalva que o crescimento se dá sobre uma base de comparação muito ruim. As vendas cresceram 17,9% em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2005, quando o mercado estava bastante deprimido.
Mesmo antecipando um ano mais favorável para o setor, Jorge Gerdau voltou a criticar a política tributária brasileira, que corrói a competitividade da produção nacional no mercado externo. "O Brasil tem uma estrutura fiscal obsoleta. Enquanto não tivermos o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) único, qualquer outra coisa é paliativa." Gerdau lamentou também a taxa básica de juros, a Selic, que anteontem foi reduzida para 16,5% ao ano. "É outro fator limitante e, infelizmente, a descida dos juros é muito lenta". (MBV)
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