O consumidor dificilmente vai escapar de um aumento de cerca de 5% no preço dos pães e das massas alimentícias nas próximas semanas. Sem uma resposta do governo federal sobre a isenção provisória da Tarifa Externa Comum (TEC) para o trigo, os moinhos devem aplicar um reajuste que as panificadoras e indústrias de alimentos dizem não conseguir absorver.
A Argentina, principal fornecedor do trigo para o Brasil, limitou suas exportações, o que está levando os moinhos brasileiros a buscarem o grão nos Estados Unidos e no Canadá. Mas, para as importações de fora do Mercosul, é preciso pagar a TEC de 10%. A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) pediu ao governo federal que zerasse a tarifa para as importações feitas entre julho e setembro, mas até agora não obteve resposta.
Há cerca de um mês, os moinhos anunciaram reajustes de cerca de 15% no preço da farinha de trigo em função da redução dos estoques mundiais de trigo e da alta dos preços no mercado internacional. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitarias do Paraná, Joaquim Cancela Gonçalves, esse aumento ainda não ocorreu. "As padarias trabalham em cima de planilhas e precisamos saber quanto a farinha vai aumentar para fazer o repasse." Alguns empresários trabalham com a expectativa de reajuste de 5%.
Entre janeiro e junho deste ano, o preço do pão teve aumento de 5,5% em Curitiba, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), principalmente por causa da mudança na forma de cobrança quilo, em vez de unidades. A alta no primeiro semestre de 2007 é maior do que no mesmo período do ano passado (-2,19), mas abaixo do registrado em 2005 (8,64%).
A farinha de trigo corresponde a cerca de 30% do custo do pão, de acordo com Gonçalves. O preço médio do quilo do pãozinho em Curitiba é de R$ 5,00. "Empresas que trabalham na legalidade não conseguem vender por preço menor que este", afirma. O sindicato contabiliza cerca de 890 panificadoras, que têm na venda do pão 65% de sua receita.
A macarronada também deve ficar mais cara nas próximas semanas. O reajuste das massas deve ficar entre 5% e 7%. "Se os moinhos tiverem que arcar com a TEC de 10%, será isso que vai acontecer", diz o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), Claudio Zanão.
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