Até setembro, havia quem acreditasse que países emergentes, como o Brasil, se "descolariam" do resto do mundo. O agravamento da crise desmoralizou essa teoria, mas, na avaliação do economista Marcelo Salomon, do Itaú Unibanco, o Brasil ainda apresenta uma certa resistência à turbulência por ter consolidado a responsabilidade fiscal e conquistado uma balança de pagamentos bem mais favorável do que no passado. "O Brasil está começando a se tornar um país normal. O que destoava aqui era o juro alto, que agora tem condições de cair", disse Salomon.
Para ele, o Banco Central tende a cortar o juro básico (Selic) em um 1 porcentual em junho, e em mais 0,5 ponto em julho, para 8,75% ao ano. "O mercado acha que o BC terá de elevar o juro em 2010, mas acho que isso está errado. Não há problema de inflação neste ano, e a retomada de 2010 será sem inflação", afirmou. Salomon avalia que a queda dos juros será um forte incentivo à economia e vai dispensar a necessidade de estímulos fiscais (redução de impostos) tão fortes. O dólar, segundo ele, chegará a dezembro próximo de R$ 2,10 pode cair a R$ 1,90 no decorrer do ano, mas não vai "nem derreter, nem estourar". (FJ)



