O diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, afirmou nesta quarta que "o Brasil está em processo de desindustrialização". Segundo ele, há uma "constelação de fatores" que está levando perigo ao setor manufatureiro nacional a ponto de frustrar vendas num mercado aquecido, o que acumula estoques indesejados.
Ele citou que entre esses elementos conjunturais estão a guerra cambial, que está em plena evolução no mundo, a forte demanda agregada doméstica e a agressividade de muitos países para exportarem produtos para nações em boas condições econômicas como o Brasil, a fim de estimular o avanço de seus níveis de atividade e geração de emprego.
"Nunca a indústria brasileira enfrentou tanto risco como agora", disse Francini. Ele detalhou que o processo de desindustrialização mencionado por ele pode ser definido como a queda da participação relativa do setor manufatureiro no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Ele mencionou ainda que a indústria de transformação já respondeu por 27% do PIB, mas hoje a parcela caiu para quase a metade, já que está em 15% do PIB.
"Se esse processo de desindustrialização continuar de forma dinâmica ao longo do tempo, essa participação poderá cair mais ainda, chegar a 13%, 12%, 10% do PIB, e aí a situação será ainda mais complicada", afirmou.
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