Alvos de atentados em julho, França e Alemanha pressionaram nesta terça (23) a União Europeia a adotar leis que obriguem aplicativos de mensagens encriptadas, como Telegram e WhatsApp, a ajudar os governos a monitorar comunicações entre suspeitos de terrorismo.
O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, disse que autoridades francesas detiveram três pessoas neste mês com “claros planos de um ataque”, mas que a polícia precisa de ferramentas melhores para espionar conversas via mensagens encriptadas, utilizando um sistema parecido ao de um grampo telefônico.
Cazeneuve e o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, insistiram que não defendem o fim dos serviços de encriptação, mas que buscam trabalhar com as empresas que oferecem esses aplicativos para assegurar que extremistas não tomem proveito disso.
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O ministro francês se disse preocupado especificamente com o Telegram, aplicativo usado mundialmente. Entre os terroristas do Estado Islâmico que usaram o aplicativo está um jovem de 19 anos que decapitou um padre católico em uma igreja na Normandia, em julho.
Em seu site, o Telegram afirma que bloqueia canais relacionados a terroristas, mas não intervém em conversas privadas.
“A comunicação encriptada entre terroristas constitui um desafio durante investigações”, afirma uma proposta conjunta divulgada nesta terça pelos dois países. “Soluções precisam ser encontradas para permitir investigação efetiva, ao mesmo tempo protegendo a privacidade digital dos cidadãos ao assegurar a disponibilidade de forte encriptação.”
Os ministros não descreveram soluções específicas, mas afirmaram que esperam que os líderes da União Europeia discutam a questão durante uma cúpula de segurança a ser realizada no próximo mês, em Bratislava, na Eslováquia.
Parceria
Paris e Berlim defendem um sistema único europeu de inteligência para as polícias compartilharem informações. “A luta contra o terrorismo é a principal prioridade para os europeus”, disse Cazeneuve. “É imperativo que a polícia trabalhe com uma interface única.”
Cazeneuve e de Maizière afirmaram que o espaço de livre circulação europeu deveria requisitar um registro prévio dos visitantes em um banco de dados eletrônico, em um sistema similar ao ESTA usado pelos Estados Unidos.
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