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O grupo das 20 maiores economias mundiais estabeleceu uma meta de gerar mais de US$ 2 trilhões em produção adicional nos próximos cinco anos e trilhar o caminho para a criação de dezenas de milhões de empregos, sinalizando otimismo de que o pior da crise ficou para trás.

Nos últimos anos, as discussões haviam sido focadas nas medidas de austeridades necessárias para fazer frente aos problemas da crise.

O comunicado final do encontro de dois dias dos ministros financeiros e representantes de bancos, em Sydney, sugeriu um esforço conjunto para elevar os investimentos e empregos, entre outras reformas. O grupo responde por cerca de 85% da economia global.

"Vamos desenvolver políticas ambiciosas, mas realistas, com o objetivo de elevar nosso PIB coletivo em mais de 2% acima da trajetória dada pelas atuais políticas nos últimos cinco anos", disse o comunicado do G20.

Embora tenham mudado o foco para reformas que iriam elevar e sustentar o crescimento global nos próximos anos, o grupo reconheceu que políticas monetárias precisam ser cuidadosamente calibradas e comunicadas com clareza. O comunicado reiterou a necessidade de que os bancos centrais considerem os impactos globais nas decisões.

A retirada dos estímulos monetários nos EUA foi alvo de críticas dos principais países emergentes, que passaram a enfrentar um período de turbulência com a desvalorização de suas moedas e a fuga de capitais.

No encontro do G20, o Brasil tentou combater a visão de vulnerável e citou a medida como positiva, com a ressalva apenas de que deve ser feita com cautela.

Meta de crescimento

A meta de crescimento se apoia em um documento do FMI (Fundo Monetária Internacional) preparado para o encontro em Sydney, com estimativas de que reformas estruturais iriam elevar a produção econômica mundial em cerca de 0,5% ao ano nos próximos cinco anos, elevando a produção para US$ 2,25 trilhões.

O FMI prevê crescimento global de 3,75% neste ano, e 4% em 2015.

Ainda não havia um roteiro sobre como as nações pretendem chegar lá ou as repercussões caso isso nunca ocorra. O objetivo era adotar uma meta nesta reunião, para que então cada país desenvolva um plano de ação e uma estratégia de crescimento para ser apresentada em uma cúpula de líderes do G20 em novembro.

Concordar com uma meta é um passo adiante para o grupo, que falhou no passado em obter acordos fiscais e objetivos.

Em meio ao ceticismo de Alemanha, do Banco Central Europeu e outros integrantes do grupo, a meta sugere apenas uma aspiração subjetiva, sem detalhes sobre quais reformas serão feitas para que seja possível.

"É um pouco ambicioso estabelecer uma meta numérica para o mundo, ou o G20", afirmou o presidente do Banco Central Europeu. Ele simpatizou, contudo, com o esforço para alcançar crescimento.

Emergentes no FMI

O G20 também declarou que "lamenta profundamente" que o progresso em dar aos países emergentes mais voz no FMI tenha parado.

As principais economias emergentes, incluindo Brasil, Índia, China e Rússia, há muito tempo trabalham para um aumento no poder de voto no FMI para refletir sua crescente participação na economia mundial, mas as alterações acordadas em 2010 foram bloqueadas pelo Congresso dos EUA.

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