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2006 será o ano da televisão digital no Brasil, da Web 2.0, das redes sem fio e... das pragas eletrônicas. Na verdade, pode-se dizer que a década inteira é dos vírus e afins, afinal o mundo da informática é cada vez mais guiado e determinado pela preocupação dos usuários com a segurança de seus dados. "O futuro é conduzido pelo hacker. O nível de organização desses usuários maliciosos significa ataques muito mais complexos e direcionados", profetizou o presidente mundial da McAfee (desenvolvedora do conhecido antivírus VirusScan), Gene Hodges, em entrevista recente à revista norte-americana Network World. "A grande mudança nos últimos anos ocorreu com o surgimento de usuários maliciosos organizados em grupos e motivados pelo dinheiro, e não pelo destaque intelectual."

Esse novo modo de ação dos hackers pode até ser dimensionada. No ano passado, houve apenas seis ataques de vírus, de acordo com estudos divulgados pela Symantec, fabricante do Norton. Trata-se de uma queda de 82% em relação a 2004. O que poderia soar como boa notícia cai por terra quando se observa o surgimento de quase 2 mil novos vírus em 2005, número 40% maior que no ano anterior. No Brasil, as tentativas de fraudes virtuais registradas em 2005 aumentaram 579% em relação ao ano anterior, segundo informações do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert.br), órgão ligado ao Comitê Gestor da Internet.

Especialistas em segurança da informação dizem que os desenvolvedores de vírus estão produzindo códigos para pequenos grupos e com objetivo mais claro – como roubar senhas bancárias e outros dados pessoais. "Até a década passada, eram comuns os vírus destrutivos, que apagavam ou danificavam os arquivos armazenados em um computador. Hoje, esse tipo de praga é praticamente inexistente", conta Daniel Carboni, responsável da finlandesa F-Secure para o Mercosul.

Além do acesso a informações sigilosas, outra tendência entre pragas eletrônicas é o uso de "PCs zumbis". Por meio de códigos maliciosos chamados de worms (vermes, em inglês), certas máquinas podem ser "escravizadas" para envio de spam ou ataques a sistemas. Tudo isso sem que o dono do computador perceba que está contribuindo para infectar outros PCs. "Um worm como a variante mais nova do Netsky pode mandar até 2 bilhões de spams por hora", explica Carboni.

Em 2005, um grande número de criminosos que conheciam informática ganhou dinheiro atacando computadores de forma que as máquinas fossem bombardeadas com pop-ups de propaganda, ou que tiveram seu web browser seqüestrados de forma que levassem o usuário a sites que normalmente não seriam visitados.

Por trás dessa tática estão os programas-espiões, ou spywares. Eles podem penetrar nos computadores através de websites. A firma de segurança online, ScanSafe, que limpa o tráfego online para seus clientes, disse que a quantidade de programas espiões que bloqueou vem duplicando a cada mês desde que colocou em operação seu programa de monitoramento, em meados de 2005. Uma outra tendência, de acordo com especialistas, é que um número cada vez maior de hackers também estão tentando buscar pontos vulneráveis em programas anti-vírus, firewalls e outros produtos de proteção a PCs.

Não é à toa que a expressão em voga entre os desenvolvedores de anti-vírus é a "segurança pró-ativa", ou seja, manter o PC protegido continuamente – e não esperar um ataque para apagar o vírus. "Mantemos laboratórios em San José, na Califórnia, e em Helsinque. Além disso, contamos com milhares de ‘honey pots’ (veja box com glossário) espalhados pelo mundo", afirma Carboni, da F-Secure.

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