• Carregando...
Loja de departamentos em Nova York: brasileiros continuam gastando cada vez mais, mas mudaram a forma de pagamento | SpencerPlatt/GettyImages/AFP
Loja de departamentos em Nova York: brasileiros continuam gastando cada vez mais, mas mudaram a forma de pagamento| Foto: SpencerPlatt/GettyImages/AFP

O aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Finan­ceiras (IOF) para 6,38% nas compras com cartão de crédito no exterior fez com que os brasileiros buscassem outro meio de pagamento nas viagens internacionais. Os dados do Banco Cen­tral (BC) mostram que em maio, primeiro mês com a medida em vigor, a participação do cartão de crédito nas despesas total no exterior caiu, embora a conta de viagens continue elevada.

As despesas dos brasileiros com viagens ao exterior no mês passado totalizaram US$ 1,67 bilhão, a maior cifra para meses de maio. Desse valor, os pagamentos com cartão de crédito foram de US$ 909 milhões e corresponderam a 54,7% do total. Em abril, equivaliam a 60,7% das despesas totais, que somaram US$ 1,94 bilhão. "As viagens internacionais seguem batendo recordes. É algo que reflete o maior poder aquisitivo do brasileiro e tem se repetido", afirmou o chefe do departamento econômico do Banco Central, Túlio Maciel. "O brasileiro continua viajando, mas pagando mais em ‘cash’ do que em cartão de crédito", disse Maciel. As despesas totais com viagens internacionais subiram 43,9% em maio ante o mesmo período do ano passado.

Déficit

O déficit na conta corrente do balanço de pagamentos brasileiro foi de US$ 4,103 bilhões em maio, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central. O resultado foi o dobro do verificado em igual mês do ano passado. Segundo o BC, o déficit acumulado no ano na conta corrente é de US$ 22,172 bilhões, o correspondente a 2,26% do PIB. De janeiro a maio de 2010, a conta corrente teve saldo negativo de US$ 18,574 bilhões, o correspondente a 2,18% do PIB. Nos últimos 12 meses encerrados em maio, o déficit em conta corrente foi de US$ 50,964 bilhões, ou 2,29% do PIB.

No resultado da conta corrente em maio, a balança comercial contribuiu com superávit de US$ 3,527 bilhões, enquanto a conta de serviços e rendas teve déficit de US$ 7,937 bilhões. As transferências unilaterais somaram US$ 307 milhões. O ingresso de Inves­timento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil somou, em maio, US$ 3,97 bilhões, 10,6% a mais que no mesmo mês de 2010.

Avaliação

Túlio Maciel avaliou que o déficit em transações correntes evoluiu numa trajetória esperada e consistente com a estimativa de US$ 60 bilhões para todo o ano. Ele destacou que o financiamento do déficit "está em posição favorável". Maciel destacou que os Inves­timentos Estrangeiros Diretos (IED) continuam vindo de "forma significativa".

O chefe do Depec ainda afirmou que os ingressos de captações e empréstimos refletem o aumento do IOF, a partir de abril, para operações acima de 720 dias. "Houve um alongamento das dívidas a partir de então. Os empréstimos de curto prazo cessaram e no longo prazo aumentaram", disse.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]