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Rio de Janeiro - O mercado de capitais no Brasil está bem, mas sua forte valorização gera dúvidas sobre a sustentabilidade desse vigor, segundo três ex-dirigentes do Banco Central (BC). "Assusta um pouco porque, se continuar nesse ritmo, pode virar uma bolha de novo", disse o sócio-fundador da Gávea Investimentos e presidente do Conselho de Administração da BM&FBovespa, Armínio Fraga. "Por enquanto, está tudo bem. As coisas estão em um padrão razoável", completou.

Fraga não se referia só à alta da Bovespa no ano, mas ao aumento de atividade no mercado de capitais como um todo, incluindo as emissões que estão sendo preparadas.

Para o sócio da MCM, José Júlio Senna, o movimento do mercado no Brasil encontra fundamento no crescimento econômico do país. Por outro lado, vê riscos de bolha nos mercados de ações de outros países, principalmente nos Estados Unidos, onde a economia está se recuperando, mas não tão bem. "Prefiro evitar dizer que tem uma bolha em formação, mas há o risco. E o bom comportamento do mercado acionário no Brasil guarda estreita relação com os mercados irem bem no exterior", analisou.

Já o sócio da Mauá e diretor da Associação de Investidores no Mercado de Capitais, Luiz Fernando Figueiredo, diz que Senna "está certíssimo" em relacionar o risco para o mercado de capitais brasileiro ao exterior, e também considera que "é muito cedo para falar em bolha". De acordo com ele, o mercado de capitais no Brasil vai muito bem e, se houver um problema vindo do exterior, não será neste ano.

Crescimento

Em relação ao crescimento da economia brasileira em 2010, a projeção da Mauá é de 5%, nível que Senna considera possível, embora projete entre 4,7% e 4,8%. "A retomada da alta da taxa de juros no Brasil deve vir em meados do ano que vem e nos Estados Unidos isso não está para acontecer tão cedo", comparou o sócio da MCM.

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