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Os Estados Unidos afirmaram na terça-feira que as negociações da Rodada de Doha de comércio global estão ameaçadas, depois que um grupo de países em desenvolvimento insistiu que deve receber o que os norte-amercum tratamento favorável nas discussões.

Há semanas Washington demonstra frustração com o avanço das negociações, lançadas há seis anos para impulsionar a economia mundial através da abertura do comércio. Essa frustração chegou ao limite na terça-feira.

"Estamos muito preocupados sobre esta proposta que saiu hoje", afirmou Sean Spicer, um porta-voz da representante comercial norte-americana, Susan Schwab, em um comunicado.

"Na verdade, esta proposta poderia sinalizar o fim da Rodada de Doha", acrescentou.

As negociações da Rodada de Doha concentram-se desde julho em agricultura e indústria, com base em documentos divulgados para cada área por mediadores da Organização Mundial de Comércio (OMC).

Um acordo incluiria uma redução por parte dos Estados Unidos de subsídios agrícolas, redução das tarifas sobre produtos agrícolas por parte de países ricos como os membros da União Européia, e a abertura dos mercados de países em desenvolvimento para bens industriais de países ricos através do corte de tarifas.

Washington concordou em dar um teto a seus subsídios em linha com o texto sobre agricultura, desde que outros membros da OMC aceitem as variações para as tarifas incluídas nos dois textos.

Mas apesar de haver avanço entre os 151 membros da OMC nas negociações agrícolas, muitos países em desenvolvimento dizem que a proposta industrial é injusta para eles.

Por exemplo, ela inclui que eles façam cortes maiores nos tetos sobre tarifas industriais do que os países desenvolvidos, contradizendo o princípio de "menos do que reciprocidade total" que faz parte do mandato de negociação para as discussões.

"Menos do que reciprocidade total" significa que os países em desenvolvimento devem fazer menos concessões do que os ricos na Rodada de Doha, que tem o objetivo de ajudar países em desenvolvimento a crescerem através do aumento de oportunidades.

Mais cedo a África do Sul, em nome de um grupo de importantes países em desenvolvimento conhecido como NAMA-11 e que inclui Brasil, Índia e Argentina, encaminhou um comunicado ao conselho geral da OMC destacando a posição deles nas negociações comerciais, disse o porta-voz da OMC, Keith Rockwell.

O chefe da delegação sul-africana na OMC, Faizel Ismail, disse ao conselho que a questão agrícola é central para as negociações e que o acordo para a indústria tinha que refletir o princípio de "menos do que reciprocidade total". Ele também discutiu outro tratamento especial para os países em desenvolvimento.

"Eles estão basicamente indo embora", disse Spicer à Reuters. "Não dá para esperar um resultado de sucesso se você continua andando para trás".

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