São Paulo (AE) Mesmo com a queda do risco-país para os mais baixos níveis históricos, o governo não está satisfeito. O secretário-adjunto do Tesouro Nacional José Antônio Gragnani disse ontem que o nível atual do risco brasileiro ainda "não faz jus" aos fundamentos da economia. "O risco está acima do que os fundamentos apontam e poderiam alcançar. Deveria estar abaixo do que está", disse ele.
Desde a semana passada, o risco brasileiro vem batendo recordes sucessivos de queda. Na quinta-feira, um dia depois de o governo divulgar o resultado negativo do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, o risco fechou no nível mais baixo da história, em 329 pontos. Na terça-feira, chegou a 316. O recorde anterior, de 337 pontos, havia sido registrado em outubro de 1997, quando o índice começou a ser divulgado. Quanto menor o risco, mais barato sai para o governo financiar a sua dívida em títulos públicos.
De Cingapura, onde participa de um road-show, Gragnani informou, por telefone, que os investidores asiáticos estão "impressionados" com a economia brasileira e mostraram grande interesse em comprar títulos da dívida interna nacional (o Tesouro tem vendido papéis da dívida interna no exterior). "Eles estão muito otimistas com o Brasil. Isso é fato. Não é boato", afirmou. Segundo Gragnani, os investidores também mostraram grande interesse em títulos da dívida externa, movimento que já vem sendo observado nas recentes captações externas.
A missão brasileira que está na Ásia já esteve em Hong Kong, Malásia e Cingapura e segue hoje para Los Angeles, nos Estados Unidos, onde terá encontro também com investidores estrangeiros.
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