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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou hoje, em entrevista ao programa Conta Corrente, da GloboNews, que o gasto público no Brasil não é inflacionário. Mantega contestou as avaliações feitas por analistas econômicos de que é preciso reduzir os gastos públicos para permitir uma queda maior dos juros e, com isso, ajudar a diminuir a atratividade do Brasil nas operações de carry trade feitas pelos investidores estrangeiros. Nestas operações, os investidores tomam dinheiro emprestado no exterior e aplicam no Brasil, de olho na diferença entre as taxas de juros.

Questionado se uma política fiscal mais dura poderia auxiliar no controle da efetiva valorização do real frente ao dólar, Mantega disse que isso é um grande equívoco. "Não tem nada a ver A com B. Nós estamos com um dos resultados fiscais melhores do mundo. Hoje o Brasil vai ter um déficit nominal menor que o dos Estados Unidos, da Alemanha, da China e de vários países", argumentou Mantega, acrescentando: "Temos um resultado fiscal bom".

Para o ministro, a taxa de juros no Brasil se deve "exclusivamente à inflação e não ao gasto público". Mantega disse que o Brasil teve que aumentar o gasto público, na época da crise, para estimular a economia e a retomada do crescimento. "Se a inflação é baixa e está sob controle, significa que o gasto público não é excessivo. Ele está regulado. Não faz sentido dizer que temos que reduzir o gasto público para reduzir a taxa de juros", insistiu o ministro, na sua tese de que o gasto público no Brasil não é inflacionário.

Mantega acrescentou que a taxa de juros tem "que olhar" a inflação. E se a inflação estiver sob controle, a taxa de juros pode continuar caindo. A reportagem da GloboNews questionou o ministro se este não seria o momento de enfrentar de forma mais incisiva o problema da taxa de juros elevada, neste momento de forte valorização do real. Mantega respondeu: "as taxas de juros mais elevadas aqui ajudam a atrair os capitais. Agora essa é a política do BC", disse.

Mantega lembrou ainda que a taxa de juros no Brasil já foi muito mais alta no passado. "Nós reduzimos essa taxa ao longo do tempo. Só que outros países reduziram mais ainda. Então, nós ficamos com diferencial grande", afirmou Mantega, acrescentando que esse diferencial permite as operações chamadas de arbitragem feita pelos investidores, que pegam recursos emprestados a uma taxa de 0,5% e aplicam no Brasil a uma taxa de 10%.

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