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São Paulo – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, negou ontem que a autoridade monetária tenha exagerado na dose dos juros para conter a inflação. Diversos setores da economia brasileira têm reclamado da queda lenta dos juros. Para eles, com as expectativas de inflação abaixo da meta, o BC deveria ter acelerado os cortes da Selic.

"A inflação está acima do piso, portanto dentro da meta. A conclusão em qualquer lugar do mundo é de que o BC acertou na dose [da política monetária]", disse Meirelles, após participar de evento em São Paulo.

Segundo o último boletim Focus divulgado pelo BC, o mercado financeiro fez um novo reajuste para baixo nas previsão para a inflação de 2006 e 2007. Para este ano, a projeção passou de 3% para 2,97%. Já para 2007, ela caiu de 4,2% para 4,17%.

A meta para os dois anos é de 4,5% para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.

Na sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a redução de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juro brasileira, a Selic. Com isso, o juro caiu 14,25% para 13,75% ao ano. Entidades representantes da indústria e do comércio consideraram a queda da Selic de 0,5 ponto percentual insuficiente e defenderam que há espaço para redução maior dos juros.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, afirmou que há espaço para queda maior porque "a atividade econômica está se expandindo em ritmo moderado e há expectativas de cumprimento [com folga] das metas de inflação para 2006 e também para 2007".

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que a decisão do Copom "potencializa o efeito negativo no país da previsão das Nações Unidas de menor crescimento da economia mundial em 2007".

"No Brasil, nós tivemos uma inflação acima do centro da meta em 2003, 2004, 2005 e possivelmente abaixo do centro da meta em 2006, dentro do intervalo [estipulado] como em qualquer Banco Central bem-sucedido do mundo", acrescentou o presidente do BC.

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