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As seguradoras não ficaram satisfeitas com o anúncio da criação da Empresa Brasileira de Seguros (EBS). Na opinião do mercado, o setor privado tem total condição de atender às demandas – inclusive aquelas relacionadas aos grandes projetos. Não haveria, portanto, necessidade de uma atuação pública para suprir deficiências no atendimento das empresas que hoje operam nesse segmento.

"Em relação ao PAC, todas as necessidades criadas por grandes projetos foram devidamente atendidas e asseguradas. Não conheço projeto algum que não tenha sido realizado por falta de garantias", explica Alexandre Malucelli, vice-presidente da J. Malucelli Seguros e presidente da J. Malucelli Resseguradora.

Para o professor e doutor em economia Marcelo Curado, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é estranho que o governo tome essa atitude justamente às vésperas do fim do mandato e em meio a uma disputa eleitoral. "Nada justifica a criação dessa estatal, pois ela não teria nenhuma função relevante. Afinal, estamos falando de um setor altamente competitivo e plenamente funcional", avalia o economista.

O presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg), Jorge Hilário Gouvêa Vieira, se diz espantado com a atitude do governo, afinal a tendência do mercado mundial é a privatização do setor e não o contrário. "É uma demonstração de falta de segurança no mercado nacional e isso causará, certamente, uma má impressão junto ao investidor externo", comenta Vieira.

Redução no prêmio

O presidente da CNSeg afirma que a única razão para se ter uma empresa estatal operando no setor é quando o objetivo é reduzir o prêmio (o valor cobrado pelas seguradoras). Só que, para isso, destaca Vieira, seria necessário criar subsídios, alerta.

Além da questão relacionada à EBS, outro assunto que mereceu destaque entre os analistas do mercado de seguros foi o anúncio da intenção de acelerar o processo de privatização do Instituto de Res­seguros do Brasil (IRB). "Consi­de­­ro essa uma decisão bastante acertada, pois o mercado é aberto e o IRB hoje não consegue ter a velocidade de que o setor ne­­cessita", comenta Alexandre, pre­­sidente da J. Maluceli Res­segu­ra­­dora – uma das poucas empresas que já atuam no setor de resseguros.

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