Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu: paraguaios têm pressa| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Novo custo

Valor de Belo Monte chega a R$ 20 bilhões

Agência Estado

O custo total estimado pelo governo para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), foi elevado em relação aos R$ 16 bilhões previstos inicialmente. Mas, segundo uma fonte que teve acesso à revisão dos cálculos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o novo valor não é superior a R$ 20 bilhões.

A EPE e o ministério de Minas e Energia entregaram ontem ao Tribunal de Contas da União (TCU) a revisão dos valores da obra. Nos bastidores, as empresas que estão interessadas em participar do leilão vinham criticando os R$ 16 bilhões, calculados inicialmente pela EPE, por considerar a estimativa muito baixa. Entre os executivos das empresas, a expectativa é de que a obra possa custar cerca de R$ 30 bilhões. Mas há especialistas que avaliam que o valor correto ficaria entre os R$ 16 bilhões iniciais do governo e os R$ 30 bilhões do mercado.

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Foz do Iguaçu - Representantes paraguaios pressionam o governo brasileiro a aprovar o reajuste da tarifa paga pela energia de Itaipu ao país vizinho. Em reunião ontem, em Brasília, ficou decidido que os parlamentares aliados ao governo devem tentar aprovar a medida até julho, ou o projeto só voltará a ser discutido após as eleições.

O acordo entre os dois países, fechado em setembro passado, triplica o valor da tarifa da energia excedente que o Paraguai vende ao Brasil. Se aprovado, o montante repassado por ano ao Paraguai saltará dos atuais US$ 120 milhões para US$ 360 milhões.

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O reajuste já foi aprovado pelo Congresso Nacional paraguaio, mas no Brasil ainda deve passar por cinco comissões antes de seguir para votação no plenário da Câmara Federal e depois para apreciação do Senado.

O relator da matéria, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), aguarda para a próxima semana o resultado de uma consultoria que avaliará a viabilidade do acordo. Segundo Rosinha, apesar de mais caro, o acordo também é bom para o Brasil. "Quando apresentada pela primeira vez, a proposta previa que esse aumento passasse de US$ 800 milhões. Durante as negociações, conseguimos uma redução significativa", avaliou o relator, que defende que o Brasil tem um papel importante na eliminação das assimetrias econômicas e sociais na América Latina. "Melhor a solidariedade do que erguer muros nas fronteiras, como acontece entre os Estados Unidos e México. Para que haja integração é preciso também haver concessões", acredita.

O comprometimento com investimentos em projetos sociais é um dos seis pontos firmados pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo. Outros dois pontos são a construção de uma nova linha de transmissão até a capital Assunção e a possibilidade de o Paraguai negociar parte da produção direto no mercado brasileiro.