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Menino leva frango brasileiro para Ciudad del Este | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
Menino leva frango brasileiro para Ciudad del Este| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

A indústria brasileira não é a única a reclamar da movimentação ilegal de mercadorias na fronteira do Brasil com o Paraguai. No país vizinho, o setor avícola alega amargar prejuízo de 30% na venda de frangos e ovos em razão do contrabando brasileiro. Segundo o presidente da Associação dos Avicultores do Paraguai (Avipar), Pablo Mauger, cerca de 5 toneladas de frangos entram diariamente no país pelas mãos de atravessadores, via aduana de Ciudad del Este, na fronteira com Foz o Iguaçu.Saem do Brasil, segundo a Avipar, frango resfriado em pedaços ou inteiro, galinhas vivas e ovos – a maioria já descartada no mercado brasileiro, segundo os próprios paraguaios. Para driblar a fiscalização, a mercadoria é camuflada em caminhões, sob caixas de verduras e frutas. E em alguns ca­­sos, o produto entra com a conivência dos fiscais, pelo pagamento de propina. "Tem fiscalização, mas o problema são as autoridades paraguaias. É muito difícil para nós essa situação com o Brasil", diz Mauger.

O problema, de acordo com presidente da entidade, não se limita aos efeitos econômicos. O produto que vem do Brasil não passa pelo controle sanitário o que coloca em risco a saúde do consumidor. Os frangos – inclusive galinhas vivas – geralmente são adquiridos no bairro brasileiro da Vila Portes. O produto fica sem refrigeração e é transportado em condições precárias de higiene até Ciudad Del Este.

Já no Paraguai, os produtos são vendidos por pequenos comércios e mercados municipais, não só de Ciudad Del Este, mas também na região das fronteiras de Guaíra/Salto Del Guairá e Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. O preço do frango contrabandeado do Brasil é cerca de 30% mais barato em relação ao abatido no Paraguai – o país tem seis abatedouros que, juntos, abatem cerca de 150 mil frangos ao dia.

Consumo próprio

Os paraguaios só têm direito de comprar frango no Brasil para consumo próprio. Aqueles que frequentam supermercados brasileiros podem levar o produto para casa desde que a quantidade não caracterize revenda. Quando o produto é voltado para a comercialização é preciso formalizar a exportação via aduana brasileira.

A entrada ilegal de açúcar e hortifrutigranjeiros também preocupa as autoridades paraguaias. No início do ano, o Ministério da Agricultura do Paraguai chegou a barrar o ingresso de tomate brasileiro porque a produção local estava alta. Mas em seguida, acabou cedendo e autorizou a importação. Apesar dos trâmites oficiais, os hortifrutigranjeiros continuam entrando no país pela via do contrabando.

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