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O Paraná foi o estado do Sul que concentrou o maior número de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) em 2014, segundo levantamento da KPMG, multinacional de auditoria e consultoria. Com 38 operações, o estado foi responsável por 39,5% do total de negociações na região, que ficou atrás apenas do Sudeste no balanço nacional. A compra da GVT pela Telefônica, avaliada em US$ 9,7 bilhões, foi a maior transação do último ano.

Na comparação com 2013, o estado fechou o ano com o mesmo número, enquanto o Rio Grande do Sul, por exemplo, teve queda de 18%. Com dez operações, o segmento de alimentos, bebidas e tabaco liderou o ranking no Paraná, registrando crescimento de 66%. Segundo Wladimir Omiechuk, sócio da KPMG e líder da Região Sul, isso se explica pela força do agronegócio no estado. “A tendência é esse crescimento continuar, principalmente no interior do estado, muito rico neste segmento”, diz.

Balanço 2015

Segundo relatório da PwC, o ano começou com estabilidade no setor de M&A, com 60 operações em janeiro, número igual ao mesmo mês do ano passado. A Região Sul foi responsável por 10% das transações, atrás somente do Sudeste, com 65%. Exatamente 57% dos investimentos de janeiro incluem entrada de capital estrangeiro.

De acordo com Marcelo Coppla, sócio da unidade paranaense da Cypress, assessoria de finanças corporativas, os números mostram que as empresas buscam nas operações de M&A uma solução sofisticada para os problemas financeiros, atraindo novos sócios e aportes para garantir o crescimento.

US$ 79,83 bilhões

é o total movimentado por 22 transações de M&A no país com valor de compra acima de US$ 1 bilhão. Já as transações de até US$ 100 milhões lideram o total de negócios com valor divulgado, com 168 de um total de 266, segundo a PwC. 6

Em 2014, a empresa realizou no Paraná sete operações avaliadas em mais de R$ 50 milhões e já tem nove mandatos de fusões para 2015 no estado.

Tecnologia

54%

dos executivos preveem aumento na venda de ativos não estratégicos ao longo do 2015 e 47% das empresas afirmam que, mesmo não tendo a venda de ativos em seus planos, considerariam a operação se os valores oferecidos tiverem um prêmio entre 10% e 20%, segundo pesquisa da Ernst & Young.

No Brasil, a KPMG registrou crescimento do número de operações, com um total de 818. Segundo Omiechuk, a crise é uma oportunidade para aquisições seletivas e estratégicas. “É hora de o investidor profissional e bem consolidado capturar as grandes oportunidades com valores depreciados tendo em vista o longo prazo, movimento que deve se intensificar em 2015”, diz.

Os segmentos de tecnologia da informação (TI) e empresas de internet lideraram o ranking nacional, com 123 e 91 operações, respectivamente. “A tecnologia sofre menos com as oscilações, e, além de ter empresas mais novas, costumam reunir vários sócios desde a sua fundação, sendo abertas a novos negócios, diferentemente de empresas tradicionais ou familiares, mais resistentes a fusões”, diz Fábio Niccheri, sócio da PwC Brasil.

Capital estrangeiro

A entrada de capital estrangeiro também aparece como tendência no mercado de M&A. Mais da metade das transações do último ano incluíram operações internacionais e muitas delas estão no ranking de operações de maior valor. Com a valorização do dólar e a depreciação do real, os investidores estrangeiros veem uma dupla oportunidade e buscam negócios estratégicos para expansão geográfica e consolidação a longo prazo.

“O Brasil está no radar internacional, mas é preciso passar por esse momento de instabilidade política para se avançar na regulamentação e atrair os investidores”, avalia Wladimir Omiechuk. Segundo ele, a instabilidade política também tem reflexo direto sobre os setores de óleo e gás, já que, com o escândalo da Petrobras, as empresas ligadas à petrolífera vêm buscando se desfazer de ativos para equilibrar sua operação e driblar as restrições de crédito.

As dez mais

Fusões e aquisições movimentaram R$ 193 bilhões no Brasil no último ano. Confira o ranking das principais operações:

1º lugar

US$ 9,7 bilhões

Comprador: Telefônica Brasil; Vendedor: GVT

2º lugar

US$ 9 bilhões

Comprador: Altice SA
Vendedor: Ativos da PT Portugal SPGS SA

3º lugar

US$ 5,9 bilhões

Comprador: Portugal Telecom SPGS
Vendedor: Oi SA

4º lugar

US$ 5,7 bilhões

Comprador: Banco Santander SA
Vendedor: Banco Santander Brasil SA

5º lugar

US$ 5,6 bilhões

Comprador: OGPar Vendedor: OGPar

6º lugar

US$ 4,6 bilhões

Comprador: Onex Corp
Vendedor: Grupo SIG Combibloc AG

7º lugar

US$ 4,6 bilhões

Comprador: Alupar Investimento AS Enixe Energias e Participações
Vendedor: Usina Paulista Lavrinhas de Energia SA

8º lugar

US$ 3,8 bilhões

Comprador: Alupar Investimento AS Enixe Energias e Participações
Vendedor: Usina Paulista Queluz de Energia SA

9º lugar

US$ 2,6 bilhões

Comprador: China Nacional Petroleum Corporation (CNPC)
Vendedor: Petrobras Energia Peru AS (PEP)

10º lugar

US$ 1,8 bilhão

Comprador: Banco BTG Pactual
Vendedor: Assicurazioni Generali SpA

Fonte: PwC Consultoria

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