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Curitiba – Impulsionada pelo setor automotivo, a produção industrial do Paraná cresceu 8% no primeiro semestre de 2005, em relação a igual período do ano passado. O desempenho, acima da média nacional de 5%, é o segundo melhor do país, atrás apenas do Amazonas. Em junho, a indústria paranaense cresceu 15,9% na comparação com o mesmo mês de 2004. O crescimento, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve-se ao fato de que a Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária – responsável por boa parte do indicador no estado – estava parada em junho de 2004.

Segundo a economista do IBGE, Isabela Nunes Pereira, o crescimento da indústria do Paraná em junho é "estatístico" e não real. O bom desempenho foi impulsionado pelo aumento de 513,53% da produção da refinaria da Petrobrás. "Em junho do ano passado a Repar ficou paralisada por conta da manutenção de equipamentos. Como este ano ela operou normalmente, a base de comparação não corresponde à realidade", explica Isabela. Ela lembra que, na comparação entre junho de 2004 e junho de 2003, por força da paralisação da refinaria, a produção de refino de petróleo e álcool recuou 83,7%.

De acordo com os dados do IBGE, a produção industrial do Paraná vem crescendo há 31 meses consecutivos, embora em alguns meses deste ano tenha apresentado desaceleração quando comparado com 2004. Em junho, a produção de veículos automotores cresceu 27 % no Paraná, sendo que no primeiro semestre do ano a alta foi de 35,44% e em 12 meses, de 49,05%. Segundo a economista, o aumento na fabricação de automóveis e caminhões no pólo automotivo do estado é conseqüência da manutenção das boas condições do crédito pessoal e do ritmo crescente das exportações, apesar do câmbio desfavorável.

Por outro lado, o maior recuo tanto em junho como no primeiro semestre do ano ficou com produtos químicos. A queda de 47,9% em junho e de 34,26% nos primeiros seis meses do ano foi atribuída basicamente a dois produtos: adubos e fertilizantes. Com a estiagem que provocou a quebra da safra de verão, diminuindo a renda do produtor paranaense, as indústrias químicas tiveram de segurar a produção, diante da retração do mercado. Segundo Isabela, como esses produtos utilizam o petróleo como matéria-prima, os altos preços acabaram por desestimular as compras.

A economista destaca que o crescimento da produção industrial do Paraná, entre janeiro e junho, ocorreu em cima dos números do segundo trimestre. Na comparação trimestral, o IBGE observou crescimento de 11,1%, indicando aumento no ritmo produtivo, após a desaceleração apresentada na passagem do último trimestre de 2004 (12,4%) para o primeiro trimestre deste ano (4,8%). A principal responsável por esse movimento ao longo de 2005 foi a atividade de refino de petróleo e produção de álcool, que passou de uma variação negativa de 8,8% para um incremento positivo de 83,5%.

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