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Curitiba – Uma missão governamental e comercial do Paraná tenta nesta semana ampliar a participação dos produtos paranaenses no mercado francês e inverter a balança comercial que, neste ano, com a redução na exportação de soja, pesou a favor da França. A programação da Semana do Paraná na França, que vai até sábado, prevê uma série de encontros e rodadas de negócios com empresários franceses nas cidades de Paris e Lyon. Guiados pelo governador Roberto Requião e pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), estarão na França 22 empresários representando mais de 60 empresas do estado.

O coordenador de novos negócios da Fiep, Henrique Santos, diz que a idéia é primeiro abrir as portas, para depois explorar as oportunidades comerciais. Alguns produtos do estado têm, há tempos, amplo acesso ao mercado francês. Mas são poucos. Quase três quartos das exportações paranaenses para a França são de soja em grão ou farelo. Em seguida, com faturamento bem menor, aparecem motores e autopeças. Ou seja, embora o estado tenha ampliado de 144 para 172 o número de produtos exportados entre 2003 e 2004, o grosso das vendas externas segue dominado por pouquíssimos itens. Trata-se de uma dependência que afeta significativamente o faturamento das vendas. Em anos ruins para os produtores de soja, caso de 2005, a balança comercial entre Paraná e França acaba pesando para os franceses (leia no infográfico).

Talvez por isso a idéia principal da viagem seja preparar o terreno para pequenos e médios empresários, justamente os que hoje estão de fora desse circuito comercial. A maior parte das empresas é de alimentos ou vestuário, mas também participam da semana algumas dos segmentos de cosméticos, plásticos, software, bijuterias e artesanato. O rol de produtos oferecidos vai de banana passa a vasos e estatuetas de cerâmica.

Um acordo de cooperação que será assinado entre o governo do estado e o conselho regional de Rhône-Alpes vai permitir que os paranaenses saibam como fazer seus negócios com segurança. "Será um ponto de apoio muito importante, já que muitos não podem pagar uma consultoria", explica o secretário estadual de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho. Rhône-Alpes é a região onde fica Lyon, cidade de 4 milhões de habitantes que é o segundo maior pólo industrial francês. É lá que estará, de quinta a sábado, parte da comitiva que viajou à França.

Santiago Gallo, coordenador de assuntos internacionais do governo, conquistar a França é estratégico para o estado. "O país serve como canal de entrada de cosméticos, alimentos e softwares. A exportação é para os franceses, mas de Paris eles revendem os produtos para outros países da Europa." Aumentar as vendas não é o único objetivo. Para Henrique Santos, da Fiep, haverá uma intensa busca por parceiros para a transferência de tecnologias. "Isso é válido especialmente para o setor de softwares. O Paraná é o segundo maior produtor nacional, e já há algumas empresas francesas do setor instaladas no estado. Por isso, a viagem é uma oportunidade para firmar joint-ventures ou atrair novos investimentos."

Esta é a segunda vez, em 2005 – Ano do Brasil na França –, que empresas paranaenses divulgam seus produtos por lá. A primeira, em agosto, reuniu em Paris 16 empresas dos segmentos de produtos naturais e orgânicos em uma exposição no Carreau du Temple, em Paris.

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