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Brasília – A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem pelo Banco Central (BC), voltou a considerar que a volatilidade dos mercados internacionais "poderá ter um caráter transitório". Mas o documento admite que as turbulências fizeram crescer as incertezas sobre a inflação. Diante deste cenário, o Comitê avisa que ficará "especialmente vigilante para evitar que a maior incerteza detectada em horizontes mais curtos se propague para horizontes mais longos". Ou seja, a cautela do BC deve aumentar.

A última reunião do Copom foi realizada entre os dias 18 e 19 de julho. Nesta data, a Selic, a taxa básica de juros da economia, foi reduzida em 0,5 ponto porcentual – de 15,25% para 14,75% ao ano. O fato é que o termo "parcimônia" voltou a ser usado na ata. Desta vez o BC fala em "maior parcimônia" e não só em "parcimônia".

Motivos

Um dos motivos desta preocupação, segundo o documento, é a tendência de preços para o barril do petróleo. A ata pondera que não está descartada uma alta dos preços dos combustíveis, o que acabaria pressionando os índices de inflação. O documento acrescenta que, além do possível impacto na gasolina, a situação do petróleo pode impactar os preços domésticos por meio de cadeias produtivas.

Ainda como preocupação para os membros do Comitê está a tendência para as taxas de juros nos Estados Unidos. Como ainda há incertezas em relação à duração e à intensidade do ciclo de ajuste monetário nos Estados Unidos, pode haver momentos de forte oscilação nos mercados, provocados pela saída de investidores que fogem do risco. Este cenário é potencializado pelas tensões geopolíticas.

Para a diretoria do Banco Central, no entanto, a instabilidade "não configura um quadro de crise, tanto devido ao caráter potencialmente transitório de suas causas principais, quanto graças aos sólidos fundamentos da economia brasileira".

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