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Elon Musk, CEO da Tesla, fabricante norte-americana de carros elétricos. | ROBYN BECK/AFP
Elon Musk, CEO da Tesla, fabricante norte-americana de carros elétricos.| Foto: ROBYN BECK/AFP

O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, afirmou nesta terça-feira (7) que considera tirar a fabricante de veículos elétricos da Bolsa. Horas depois, o CEO da fabricante norte-americana de carros elétricos detalhou seus planos em um comunicado publicado no site da empresa, ressaltando que “uma decisão ainda não foi tomada”.

“Estou pensando em fechar o capital da Tesla em US$ 420 (cerca de R$ 1.570,38, na cotação de hoje). Financiamento garantido”, escreveu Musk em sua conta no Twitter às 13h48 (horário de Brasília).

Como esperado, as ações saltaram logo após a declaração de US$ 356,53 (R$ 1.338,41) para US$ 371,15 (R$ 1.393,3). Musk detém 20% da Tesla. Às 14h (horário de Brasília), as ações da empresa subiam 5,87%, para US$ 362,06. No ano, os papéis acumulam alta de 16%.

O executivo tem um histórico de tuítes erráticos, e a empresa não respondeu imediatamente a pedidos de comentário da agência Reuters. Em valor de mercado, a Tesla vale US$ 61,3 bilhões (R$ 229,9 bilhões).

Se a ação chegar a US$ 420, representaria uma alta de 22,6% ante o valor dos papéis no fechamento do último pregão (US$ 341,99) e elevaria o valor da empresa para cerca de US$ 72 bilhões (R$ 269,86 bilhões). Desde o IPO (oferta inicial de ações), em junho de 2010, as ações da Tesla se valorizaram 2.020,98% — no mesmo período, o índice de tecnologia Nasdaq cresceu 225,15%.

No texto publicado no site da Tesla, Musk explica os entraves que a operação com capital aberto implica e o que mudaria com o capital fechado:

“Como uma empresa listada publicamente, estamos sujeitos a grandes oscilações no preço de nossas ações, o que pode ser uma grande distração para quem trabalham na Tesla, todos eles acionistas. Isso também nos sujeita ao ciclo de resultados trimestrais que coloca uma enorme pressão sobre a Tesla para tomar decisões que podem ser adequadas para um determinado trimestre, mas não necessariamente corretas no longo prazo. Finalmente, como uma das ações mais negociadas em curtos períodos da história do mercado de ações, ser uma empresa aberta significa que há muitas pessoas com incentivos para atacar a empresa.”

Ele diz que a decisão será tomada pelos acionistas e que se o processo terminar da maneira que Musk espera, “uma Tesla privada seria, em última instância, uma enorme oportunidade para todos nós”.

Musk é o 31.º homem mais rico do mundo, de acordo com a Bloomberg, com uma fortuna estimada em US$ 24,4 bilhões (R$ 97,5 bilhões).

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Segundo jornal britânico Financial Times, o fundo soberano da Arábia Saudita, supervisionado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, adquiriu uma participação na Tesla não revelada entre 3% a 5%.

As polêmicas de Musk no Twitter

Polêmicas são a tônica da vida de Musk. O executivo ocupou as manchetes nos últimos meses em três episódios diferentes. 

Em junho, anunciou que a montadora de carros elétricos Tesla fora sabotada por um de seus funcionários, provocando prejuízos milionários. O suspeito, segundo Musk, alterou o código de programação do sistema de produção e enviou informações sigilosas da empresa para terceiros. 

No começo de julho, se ofereceu para ajudar no resgate dos garotos presos em uma caverna na Tailândia. Entre as ideias estava cavar um túnel (uma de suas empresas é especializada nisso) ou usar um minissubmarino construído pela SpaceX, sua empresa espacial. Descartada, a proposta desembocou em um bate-boca pelas redes sociais com um dos mergulhadores que participou do salvamento.

Dias depois, em meio à guerra comercial entre China e Estados Unidos, anunciou um acordo com o governo chinês para construir em Xangai a primeira fábrica da Tesla fora do território americano.

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Se for adiante, a montadora deve começar a produzir daqui a três anos, mas dados financeiros não foram revelados, deixando analistas céticos sobre a empreitada.

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