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O Paraná é hoje o terceiro estado com maior número de empresas do setor de perfumaria e cosméticos do país, com 164 companhias – atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. Por aqui, o setor, formado principalmente por pequenas e microempresas, vem descobrindo na união uma forma de concorrer com as gigantes. A investida, batizada de Projeto de Desenvolvi­mento do Setor de Cosméticos do Paraná e patrocinada pelo Sebrae-PR, começou em 2007 e tem como objetivo promover compras e vendas conjuntas, integrar ações de marketing e estimular a troca de experiências entre as empresas. O grupo reúne 45 firmas, localizadas principalmente na região de Curitiba, que geram cerca de mil empregos diretos. "Essa é uma forma de as pequenas indústrias se tornarem mais fortes frente às empresas grandes, que têm escala e por isso conseguem um preço mais competitivo", afirma Carla Werkhauser Brustulin, gestora do projeto no Sebrae-PR.

De acordo com ela, o primeiro resultado concreto do projeto começa a tomar forma no dia 10 de agosto, quando 15 empresas fazem, pela primeira vez, uma compra conjunta de in­­sumos e matérias-primas. A Central de Negócios reúne indústrias que, juntas, somam um faturamento de cerca de R$ 5 milhões e uma carteira com mais de 100 mil clientes mensais. De acordo com Carla, mais uma empresa deve aderir em breve. "A principal dificuldade ainda está no receio que elas têm de abrir seus dados para as concorrentes. Mas, aos poucos, estão descobrindo que a cooperação fará que elas cresçam."

Foi o que ocorreu com a Dicas Indústria de Cosméticos, que tem fábrica no bairro Fanny, em Curitiba. A empresa tem 11 funcionários e produz xampus, cremes, condicionadores, sabonetes e aromatizadores para outras companhias. "Com maior escala conseguimos preços melhores com fornecedores e repassamos esse ganho para o cliente", diz Mariane Schabatura, proprietária da empresa, que produz 6 toneladas de produtos por mês.

De acordo com Carla, além da central de negócios, as empresas vêm trabalhando para desenvolver ações no mercado externo. Atualmente, nove empresas estão sendo capacitadas para atuar com exportações, com adaptação de produtos e prospecção de mercados. A história das empresas brasileiras de perfumaria e cosméticos no exterior é marcada por idas e vindas. A Natura anunciou recentemente sua saída da Venezuela, onde seus resultados ficaram muito abaixo do esperado. "O espaço no mercado externo está nos nichos. Conheço uma pequena empresa paranaense que conseguiu ser bem-sucedida na França com a exportação de produtos para afrodescendentes, segmento em que há menor concorrência", diz Carla. (CR)

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