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Para pequenas e médias empresas que entraram na aventura de abrir mercados fora do Brasil, a queda sem freio na cotação do dólar pode se tornar em poucas semanas o ponto final de seus negócios no exterior. "Muitas delas mantêm embarques apenas para não perder clientes, bancando os prejuízos", diz Zulfiro Bósio, presidente do conselho do Centro de Comércio Exterior do Paraná (Cexpar).

"Não há negociação de preços que compense o que aconteceu no câmbio", diz Wilmar Trindade, gerente comercial da Lopar, uma fabricante de painéis de madeira. As exportações da companhia caíram pela metade e não podem ser compensadas pelas vendas internas, pois os principais clientes são exportadores de móveis. A fábrica em São José dos Pinhais, que chegou a produzir 2,2 mil metros cúbicos por mês, coloca no mercado apenas 300 metros cúbicos por mês. Metade dos 150 empregados foi dispensada.

Situação parecida vive a Kürten, empresa que produz casas pré-fabricadas de madeira. "Investimos bastante para conquistar clientes lá fora, mas está difícil segurá-los", diz o empresário Valdemir Kürten. Os compradores americanos e europeus não estão abertos a reajustes e, por isso, os embarques serão reduzidos. "Chegamos a exportar US$ 500 mil em 2003, o que representava 30% do nosso faturamento. Se vendermos US$ 100 mil neste ano, será muito", conta.

Mesmo segmentos da indústria que lidam com produtos com maior valor tecnológico têm dificuldade com o câmbio. "Como negócio, a exportação hoje não é viável", diz Luiz Renato Chueira, diretor geral da fabricante de equipamentos de refrigeração Eletrofrio. De 2003 para cá, o peso das vendas externas no faturamento da empresa caiu de 25% para 10%. "Por sorte o mercado interno absorveu a diferença. Só que nós perdemos a chance de crescer lá fora por causa do câmbio", diz. (GO)

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