Fundos deverão ser didáticos
Os fundos de investimento, principais veículos para os poupadores terceirizarem a gestão de seu dinheiro, terão de apresentar um folheto conciso e de fácil entendimento detalhando as principais informações sobre seus custos e o risco das aplicações.
A nova publicação, que entra em vigor no segundo semestre, terá que explicitar o valor das taxas de administração, que é a remuneração do banco para "cuidar" do dinheiro do cliente.
Também terá de deixar claro se cobra pela performance, que é um porcentual do ganho do cliente, e pelo "carregamento", valor descontado de aportes comuns na previdência privada.
Os gestores terão ainda de prestar informações mensais sobre diversificação de investimentos e a exposição a riscos, simulando o que aconteceria com suas cotas se houvesse uma variação inesperada (de 25% e de 50%) do dólar, da Bolsa e dos juros.
O objetivo é permitir aos aplicadores compararem com facilidade as diferentes opções de investimento dentro e fora do seu banco.
São informações relevantes que interferem na rentabilidade, mas que nem sempre estão estampadas nos folhetos explicativos.
"A ideia é ter um documento resumido com as informações mais importantes. Queremos tornar mais explícita a taxa de administração, de performance e todas as despesas que os fundos têm para tocar o seu dia a dia", diz Daniel Maeda Bernardo, gerente de registros e de autorizações da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). "Informação sobre custo é fundamental para entender a rentabilidade de um investimento", completou.
O folheto amigável terá um formato padronizado pela própria CVM. Hoje, a maioria dos fundos têm esses folhetos, mas as informações são dispersas e nem sempre os fundos podem ser comparados com os de outras instituições.
Já o perfil mensal do fundo não fará parte de comunicação com o cliente cotista, mas ficará disponível para consultas no site da CVM. Segundo Bernardo, além de aumentar a transparência, as novas exigências de prestação de informações vão facilitar o trabalho de fiscalização da indústria de fundos da própria CVM.
Pequenos investidores agora podem comprar Letras de Crédito Imobiliário (LCI), um tipo de "CDB imobiliário" que tem isenção fiscal, que as instituições financeiras só ofereciam para clientes do private bank (gestão de fortunas) em aplicações de mais R$ de 300 mil.
Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú e Santander já vendem esses papéis para clientes de alta renda no Santander a aplicação mínima é de R$ 30 mil e na Caixa, de R$ 50 mil.
A partir de hoje, o Sofisa começa a vender na internet LCI sem mínimo de aplicação. Na instituição, as taxas vão de 91% do CDI (9,4% ao ano) para aplicações de 90 dias a 94% do CDI (9,71% ao ano) para 180 dias.
A vantagem das LCI é a isenção de IR que torna a aplicação parecida com a poupança, só que com retorno perto do CDI taxa pós-fixada de empréstimo entre bancos, espécie de Selic privada. Na sexta, o CDI foi de 10,33% (a Selic está em 10,5%).
"Queremos fazer com a LCI o mesmo que fizemos com CDB acima de 100% do CDI; era uma coisa que os bancos só ofereciam para quem tinha mais de R$ 1 milhão e que agora está na internet para qualquer um", disse Bazili Swioklo, diretor do Sofisa.
Apesar de estar vinculado a imóveis, o risco do investimento não tem nada a ver com o do mutuário em caso de inadimplência; mesmo se o mutuário não pagar, o banco é obrigado a cobrir.
No caso, o risco é de o banco quebrar como em qualquer CDB, sendo que até R$ 70 mil há garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).
Diferentemente dos CDBs, que têm liquidez diária (resgate a qualquer momento), as LCIs só podem ser sacadas na data de vencimento.
Como a Letras de Crédito Agrário (LCA), a LCI tem rendimento líquido imbatível, especialmente para prazos de até seis meses que, na renda fixa tradicional, têm alíquota de 22,5% de IR.
Enquanto um CDB de menos de seis meses com taxa de 95% do CDI tem um rendimento líquido na casa de 7,6% ao ano, uma LCI com a mesma taxa daria 9,8%.
A primeira a quebrar o tabu foi a Caixa Econômica Federal, maior banco do crédito imobiliário, que oferece esses papéis a clientes de alta renda. Na Caixa, que prefere não falar o percentual do CDI dado aos clientes, a aplicação mínima é de R$ 50 mil.
No Santander, que estreou as LCI no início do ano, elas têm juros que vão de 81% (8,38% ao ano) a 88% do CDI (9,09% ao ano). "A LCI premia a permanência na aplicação. Vimos que tinha demanda e que podíamos oferecer", diz Edson Franco, superintendente do Santander. "O produto é muito requisitado pois a rentabilidade é líquida, além da segurança oferecida pela marca Caixa", disse Humberto Magalhães, superintendente da Caixa.
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