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Se o Paraná conseguiu manter o valor de suas exportações praticamente estável mesmo sob a ameaça chinesa e com a desvalorização do dólar frente ao real, é sinal de que as coisas não vão mal. A avaliação é do diretor da consultoria GT Internacional, Gustavo Machado. "Foram dois ou três produtos de alguns mercados que fizeram com que o saldo caísse. A queda deles é bastante grande, e ainda assim o estado conseguiu manter a exportação. Várias empresas tiveram de crescer bastante para suprir a queda de outras", avalia Machado.

Para o especialista, pequenas e médias empresas paranaenses têm diversificado seus produtos e conseguido resistir mesmo quando o cenário não é positivo. O esforço para se manter no páreo em 2006 pode trazer bons frutos neste ano. Em sua análise sobre o comércio exterior no ano passado, a GT Internacional destacou que, ao parar de exportar quando o dólar está baixo, "as empresas ficam remando atrás da onda quando deveriam estar na frente dela". Segundo o relatório, "as empresas que aproveitarem este período para promover seus produtos e conquistar novos mercados (...) sairão na frente das demais tendo ainda ganho cambial sob qualquer variação positiva da moeda americana, além de já terem apresentado seus produtos aos mercados potenciais."

A Usina de Açúcar Santa Terezinha, de Maringá, por exemplo, ocupou em 2006 a 10.ª posição no ranking das principais empresas exportadoras do estado. Em anos anteriores, a empresa conseguiu parcerias no mercado internacional, e colheu os frutos no ano passado, com o clima favorável ao cultivo da cana – que fez a produção de álcool e açúcar crescer no Sul e no Sudeste.

Entre 2004 e 2006, a exportação paranaense de álcool cresceu 329%, e a de açúcar, 163%. "O Paraná produz excedente, e não pode brigar com São Paulo, que é um gigante no setor. Por isso é importante destinar o excedente para o exterior", explica o diretor administrativo e financeiro da Santa Terezinha, Paulo Meneguetti. A maioria da produção de álcool da usina é exportada para os Estados Unidos, Europa e Índia. Já os destinos do açúcar são a Rússia, outros países do Leste Europeu e o Oriente Médio.

"O que a gente tem sentido é que as empresas do Paraná têm diversificado seus produtos e procurado novos mercados", conta o economista Roberto Zürcher, do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Exemplo disso, segundo ele, é o fato de os quatro principais produtos da pauta de exportação paranaense – soja, automóveis e materiais de transporte, carne e madeira – terem reduzido sua participação no valor das exportações de mais de 70% em 2005 para menos de 60% no ano passado. "Outras empresas começam a exportar outros produtos", diz.

Gustavo Machado, da GT Internacional, considera que as pequenas e médias empresas podem fazer a diferença na balança comercial do Paraná neste ano. "A perspectiva positiva em relação ao ano é em função do investimento e incentivo à exportação das pequenas e médias empresas. A Petrobrás, por exemplo, não precisa de ajuda do governo, da Fiep e outras entidades para exportar mais. Mas as pequenas precisam, e bastante."

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