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A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou ontem a liberação para pesquisa no meio ambiente de árvores de eucalipto geneticamente modificadas. Com a decisão, os ensaios saem do laboratório e ganham o campo. As empresas e instituições já podem solicitar autorização para implantar áreas experimentais. Na prática, os membros da comissão definiram as regras para a condução da pesquisa.

Marco Tuoto, gerente de operação da STCP, empresa de consultoria e engenharia em projetos florestais, destaca que o Brasil é o país mais avançado do mundo em pesquisa florestal, mas na área de melhoramento genético convencional. A técnica consiste no cruzamento de diferentes árvores para a obtenção de outras com melhor qualidade.

A transgeníase, explica, é um trabalho de melhoramento que altera a estrutura genética da planta. No dois casos, porém, o objetivo é basicamente o mesmo: melhorar a qualidade da fibra da madeira. "O intuito é ter um material que proporcione ganhos em termos e produtividade", diz Tuoto. Segundo o consultor, a indústria quer madeira com maior densidade: quanto mais densa, maior a quantidade de fibra.

Na prática, a pesquisa busca aumentar a concentração de celulose, melhorar a qualidade da madeira e a composição química adequada para a indústria. O objetivo é conseguir mais celulose com a mesma quantidade de madeira. O Brasil possui 3,5 milhões de hectares de eucalipto.

As empresas ou instituições que forem realizar pesquisas ficam sujeitas a um conjunto de regras que, em tese, deve ser respeitado sob pena de se prejudicar o meio ambiente. O campo experimental terá que ser isolado e manter distâncias pré-estabelecidas de cultivos convencionais e áreas de apicultura.

Também estavam na pauta de ontem da CTNBio dez pedidos de liberação comercial. Seis tratavam de variedades de milho, três de algodão e uma sobre arroz. Dois processos de milho, eventos da Monsanto e da Syngenta, foram retirados para vista.

Os eventos de algodão serão submetidos à audiência pública em agosto. A apreciação dos pedidos de milho só aconteceu porque a juíza federal substituta Pepita Durski Tramontini Mazini, da Vara Ambiental de Curitiba, deferiu o pedido da União que solicitou a permissão para que a reunião da CNTBio, marcada para os dias 20 e 21 de junho em Brasília, fosse realizada.

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