• Carregando...

Pesquisa com 100 grandes companhias instaladas no Brasil mostra que a importância do Mercosul ainda deixa a desejar para os negócios dessas empresas nacionais e multinacionais.

- Talvez no futuro - responderam 48% das companhias consultadas pela QuorumBrasil, empresa de consultoria de negócios e estudos de mercados que elaborou o levantamento divulgado na quarta-feira.

Todas pertencem a setores relevantes como químico e petroquímico, automotivo, papel e celulose, alimentos e bebidas, têxtil, eletroeletrônicos, mineração e siderurgia, máquinas e equipamentos, entre outros.

De acordo com Cláudio Silveira, sócio da QuorumBrasil, esses setores detêm pelo menos US$ 10 bilhões dos quase US$ 40 bilhões do comércio (exportações e importações) entre os países-membros do Mercosu - bloco comercial formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

A pesquisa revelou ainda que apenas 18% dos executivos das companhias responderam que o Mercosul "pode ganhar muita importância no futuro".

Na outra ponta, a dos pessimistas, 20% disseram que o bloco do Cone Sul está estagnado e sem perspectivas importantes. Outros 14% afirmaram que, no futuro, o Mercosul perderá cada vez mais sua importância ou já perdeu um pouco dela.

Silveira disse à Reuters que a principal razão do pessimismo é que "cada país está mais preocupado em proteger a sua economia interna" e, quando estão à mesa de negociações, "não se entendem quando tentam definir uma política comum".

Em uma escala de zero a 10, em que a nota mais baixa indica "pouca importância" do bloco e a maior, "forte relevância", as empresas que mantêm negócios no Mercosul - esse mercado de mais de 200 milhões de pessoas - deram nota 7,03.

- É muito baixa para a importância de um bloco comercial. A nota 7 é como alguém passar na faculdade mas sem méritos - declarou Silveira.

Segundo ele, a nota dada ao Mercosul pode não ser tão ruim, mas significa que os empresários ainda descartam o bloco porque não vislumbram um futuro promissor.

- As empresas continuan focando seus negócios (exportações) nos Estados Unidos, Europa e outros países emergentes, como a China e Índia.

Nos primeiros anos do Mercosul, que foi criado em 1991, o comércio entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai sequer ultrapassava US$ 5 bilhões. No ano passado, saltou para cerca de US$ 34 bilhões, 21,7% a mais do que em 2004.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]