O secretário da Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, pretende se reunir hoje com o ministro da Agricultura Roberto Rodrigues para discutir a questão da aftosa no estado. Pessuti quer que o ministério revogue a circular do dia 6 de dezembro, que afirma existir a doença na Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira (Norte do Paraná). Em nota oficial, segunda-feira, o ministério reafirmou a ocorrência do foco.
A assessoria do ministro não confirmou a reunião com os representantes do Paraná. O encontro foi solicitado pelos deputados paranaenses que compõem a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Eles esperam abrir o diálogo entre as equipes técnicas da Secretaria de Agricultura do Estado de Abastecimento (Seab) e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A proposta dos representantes paranaenses, segundo o deputado Cézar Silvestre (PPS-PR), é de que o ministério decrete o estado como área livre de aftosa caso todos os exames "probangs" dêem negativo (leia mais ao lado). Até agora, 48 exames foram concluídos e apresentaram resultado negativo. Ainda falta divulgar o resultado relativo a 161 animais que estavam com suspeita de ter a doença.
A segunda proposta dos paranaenses, ainda segundo Silvestre, é que o Paraná concorde em sacrificar os animais da Fazenda Cachoeira. Se esta for a opção, pelas regras da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o estado recupera o status de área livre de aftosa em seis meses contados a partir do sacrifício, em que todos os animais da propriedade são executados e enterrados no local para que não haja propagação do vírus.
Por enquanto, foram tomadas as medidas sanitárias necessárias, como a montagem de barreiras na Fazenda Cachoeira e a delimitação de área de risco em um raio de 10 km. "Mesmo que sacrifiquemos os animais devemos buscar na Justiça o cancelamento desse foco e ressarcimento dos prejuízos que o Paraná teve", disse o secretário Pessuti.
Enquanto não há uma decisão para o destino dos animais da Cachoeira, o proprietário André Carioba acumula prejuízos de R$ 3 mil por dia para alimentar o gado, que já está há dez dias no ponto de abate.
Embargos
O Ministério da Agricultura informou ontem que a União Européia (UE) vai manter o embargo às carnes brasileiras de apenas três estados Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
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