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Conheça alguns exemplos de materiais que a Petrobras vai demandar até 2014 |
Conheça alguns exemplos de materiais que a Petrobras vai demandar até 2014| Foto:

Gabrielli evita falar em reajuste da gasolina

Questionado se o preço da gasolina deve subir o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, foi menos enfático que em outras ocasiões nas últimas semanas e informou que é necessário acompanhar o cenário internacional antes de implantar algum reajuste. Ele ressaltou, porém, que, apesar do preço alto cobrado nos postos, o valor por litro de gasolina que sai das refinarias gira em torno de R$ 1,05.

"Este é o preço que exercemos desde maio de 2009, mas a alta nas bombas se dá por causa do preço do etanol. A safra da Índia quebrou, o preço do açúcar subiu e por consequência foi produzido menos etanol. Com isso houve um aumento da demanda por gasolina, que é composta por 25% de etanol, que teve o preço elevado. Vamos observar o mercado internacional e a safra de cana-de-açúcar antes de tomar qualquer medida", explica.

Anteriormente o presidente da estatal já havia dito que a gasolina teria de ser reajustada, mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou em seguida que o preço do combustível não vai aumentar. Uma alta no preço do combustível poderia pressionar ainda mais a inflação, que deve fechar o ano bem acima da meta do governo, de 4,5%.

Em relação à notícia de que estaria faltando gasolina em estados da Região Centro-Oeste, Gabrielli garantiu que, mesmo que possa haver problemas localizados no país, a cota diária de produção está sendo atendida pela estatal. "Não falta gasolina no Brasil, o abastecimento está normal."

  • Richa e Gabrielli: governador prometeu esforço para elevar participação da indústria paranaense nas encomendas da estatal

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, aproveitou sua visita a Curitiba, ontem, para fazer uma "provocação" ao empresariado local. Segundo ele, a participação do Paraná nas compras da estatal é muito pequena em comparação a outros estados – e avisou que, se não houver ação local, tanto do governo quanto dos empresários, a companhia vai buscar parceiros em outras regiões.O executivo se encontrou com representantes do governo do estado e com empresários para falar sobre a necessidade de investimentos na cadeia produtiva do pré-sal. A intenção da Petrobras é estimular a produção de componentes da indústria petrolífera em território brasileiro e, assim, conseguir cumprir suas metas de nacionalização da cadeia de fornecimento. Ga­­brielli está promovendo um périplo para "vender" os investimentos: o Paraná foi o oitavo estado a receber a comitiva da Petrobras.

De acordo com o executivo, a Petrobras deve investir US$ 6,2 bilhões no Paraná até 2014, basicamente na ampliação e modernização da Refinaria Presidente Getú­lio Vargas (Repar), em Araucária (região metropolitana de Curitiba). No mesmo período, os investimentos da estatal em todo o país serão da ordem de US$ 224 bilhões.

A partir de agora, a estatal vai começar a identificar possíveis fornecedores que possam atuar no desenvolvimento do maquinário necessário para a exploração do pré-sal. "Precisamos melhorar a competitividade entre os fornecedores. O investimento no Paraná não é tão grande e digo isso em uma provocação para a reflexão. O Paraná tem um dos menores índices de treinamento de pessoas, mas por que isso acontece? Está todo mundo empregado no estado?", criticou Gabrielli.

A Petrobras diz querer incentivar a produção brasileira, mas seu presidente deixou claro aos empresários paranaenses que vai ganhar quem se arriscar mais. "O objetivo é chamar a atenção dos empresários, mas, se não houver ação local, tanto do governo quanto dos empresários, vamos procurar outros estados", afirma.

Resposta

O chamado foi recebido com entusiasmo pelo governo do estado. "O desafio está lançado", disse aos empresários o secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros. O governador Beto Richa afirmou que vai colocar em prática, junto com o empresariado paranaense, ações para elevar a participação da indústria local na cadeia de fornecimento da Petrobras.

"Depois desta reunião, vamos criar um grupo de trabalho junto com o setor privado para dar continuidade e efetividade ao projeto. Vamos capacitar os trabalhadores para fazer com que os empregos fiquem no Paraná, não vamos perder esta oportunidade e vamos voltar a ser respeitados no Brasil."

Crítica reiterada

Essa não foi a primeira vez que os paranaenses recebem críticas por não estarem participando ativamente dos planos de investimentos da Petrobras.

Em 2009, durante o evento Papo de Mercado, promovido pela editoria de Economia da Gazeta do Povo, o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que empresários e instituições do estado estariam "dormindo" diante do pré-sal e de todas as oportunidades decorrentes de sua exploração.

"As universidades do Paraná precisam mostrar o que querem desenvolver com a gente, mas não fazem isso. Onde estão os empresários que querem mostrar os seus projetos?", questionou, na época, o executivo.

Governo promete estímulo ao litoral

O projeto do governo do estado para aproveitar os investimentos da Petrobras é o "Pontal do Pré-Sal", que visa estimular a produção de equipamentos para a indústria de petróleo e gás no litoral do estado. O polo vai abranger as cidades de Pontal do Paraná, Guaraqueçaba, Paranaguá e Antonina, e deve gerar cerca de seis mil novos empregos no litoral, nas contas do secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros.

De acordo com o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, a indústria naval é um dos setores que podem se desenvolver no estado, devido ao posicionamento estratégico do Paraná em relação às principais bacias do pré-sal.

Essa é a grande aposta do secretário executivo da Câmara de Petróleo e Gás do Paraná, Jean Carlos Alberini. "A indústria naval vai alavancar outros setores, como o metal-mecânico, por exemplo. Em nossas reuniões, estamos trabalhando para desenvolver esse setor e aumentar a demanda por esses materiais", disse.

Para se tornar uma fornecedora da Petrobras, a empresa precisa estar cadastrada no registro da estatal, o que pode ser feito no site www.prominp.com.br. Há uma cadeia imensa de materiais que podem ser oferecidos para a empresa, que publica no site um balanço trimestral das necessidades da Petrobras. Até 2014, a estatal vai precisar, por exemplo, de 4 mil quilômetros de dutos flexíveis e 690 geradores de energia. Gabrielli citou ainda que as plataformas de exploração vão precisar de todo o tipo de produto, de camas a chuveiros, entre outros.

No Paraná, das 1.060 empresas se cadastraram para se tornar fornecedoras da Petrobras, apenas 133 já foram aprovadas. Para Alberini, os empresários precisam de mais informação para participar do processo. "[A dificuldade em virar fornecedor da Petrobras] é um mito que precisamos desmistificar. Estamos trabalhando para acabar com essa ideia, que às vezes já está pronta e acaba atrapalhando os interessados."

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